7 A manifestação do Espírito é concedida a cada
um visando a um fim proveitoso. 8 Porque
a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o
mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; 9
a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de
curar; 10 a outro, operações de
milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um,
variedade de línguas; e a outro,
capacidade para interpretá-las. 11
Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas,
distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente. 1 Co.12.7-11.
OBJETIVO.
Esta é a
última ministração da série sobre os dons vocálicos ou de linguagem; onde este
sermão visa elevar e despertar o leitor ou ouvinte a apropriar-se numa
compreensão prática e experimental das manifestações do dom de interpretação de línguas e seus benefícios.
INTRODUÇÃO.
Conforme
introduzi este assunto no título “variedade de línguas” apresento novamente meu
parecer particular sobre a classificação dos dons de fala. Embora respeito
qualquer outro posicionamento, pois se trata de classificação e não doutrina.
Muitos teólogos neopentecostais
classificam estes carismas (dons espirituais) em três aspectos como; “dons de poder”: os quais são
considerados os dons da fé, milagres e operação de maravilhas; “dons de ciência”: destes podemos
enumerar discernimento de espíritos, palavra de sabedoria e palavra de
conhecimento; e por fim “dons de locução”:
os quais são: profecia, línguas e interpretação.
Contudo, como
escrevi outrora, particularmente prefiro utilizar a classificação destes dons
como “dons de linguagem” ao invés de
“dons de locução”.
Isto por que a terminologia “dons de linguagem” apresenta semântica
mais aproximada com os parâmetros bíblicos (não existe a palavra e conceito
“locução” na Bíblia, porém pode ser encontrado a palavra e o conceito sobre
“linguagem” Gn.11.1,6-9; Sl.19.3,4; Sl.81.5; Ez.3.5,6; Jo.8.43); A terminologia
e conceito “linguagem” é mais abrangente e condizente com os critérios
espirituais aplicados nestes dons; Semelhantemente, o conceito sobre linguagem
possui maior coerência quando analisado dentro dos modernos e científicos
conceitos nos critérios da lingüística, pedagogia e psicologia.
DEFINIÇÕES.
O QUE É INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS?
É a
capacidade sobrenatural dada por Deus que produz habilidade de compreender o
que está sendo dito segundo a classificação quanto à natureza do dom línguas quer
sejam em “Línguas Humanas” e “Línguas
Celestiais”.
1 Ainda que eu fale as línguas
dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou
como o címbalo que retine. 1 Co.13.1
É importante
afirmar que dom de interpretação de línguas não é equivalente à tradução de um
idioma, pois tradução do ponto de vista formal pode representar correspondência
ou transcrição de palavra por palavra de uma linguagem para outra; enquanto
interpretação corresponde a uma versão dinâmica da linguagem que extrai o
significado da sentença ou o sentido da linguagem, assim é a manifestação do
dom de interpretação de línguas.
CLASSIFICAÇÃO.
Tendo em
vista que o dom de interpretação em línguas trás a habilidade de compreender o
que tem sido comunicado, quer em idiomas humanos ou espirituais. Assim, podemos
entender porque Daniel conseguiu interpretar a escritura na parede, que se
encontrava em um idioma distinto (Esta é
uma das razões porque categorizo como dons de linguagem e não de locução).
16. Eu, porém, tenho ouvido
dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos difíceis; agora, se
puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido
de púrpura, terás cadeia de ouro ao pescoço e serás o terceiro no meu reino.
17 Então, respondeu Daniel e disse na
presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a
outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação
[...] 24 Então, da parte dele foi
enviada aquela mão que traçou esta escritura. 25 Esta, pois, é a escritura que se traçou:
MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. 26 Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. 27 TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em
falta. 28 PERES: Dividido foi o teu
reino e dado aos medos e aos persas. Daniel 5:16,17; 24-28.
ANÁLISE E CARACTERÍSTICAS.
Outro fator
importante ocorre quando uma pessoa está debaixo de influência do dom de
interpretar línguas, tal pode por manifestação deste dom compreender um idioma
de uma nação; porém ao terminar a manifestação do dom de interpretação, aquele
idioma passa a ser uma língua estrangeira para o mesmo. Ou seja, o dom permite
a capacidade de interpretar no momento da mensagem profética, o que não
representa domínio sobre um idioma específico; exceto se Deus assim desejar.
1 Coríntios 14:5 Eu quisera que vós todos falásseis em outras
línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior
ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja
receba edificação.
PASSOS PARA RECEBER O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS
Para isto,
ele deve contar com os mesmos critérios espirituais que teve ao receber o
batismo com o Espírito Santo, ou seja: Sujeitar-se aos critérios dados pelo
próprio Espírito Santo; Rendição (predisposição sem reservas para o recebimento
do mesmo); e Fé.
Todavia, ao
analisar o dom de interpretar línguas de forma específica, constatamos que
Paulo orienta por algumas vezes que o cristão deva orar para recebê-lo. Além
disso, a experiência nos mostra que são poucos os que evidenciam este dom na
Igreja comparado ao dom de línguas ou profecia.
Significa
que poucos têm orado para receber este dom ou que este dom deve ser
intensificado mediante oração. Assim além dos demais critérios habituais para
interagir nos dons existe a intensificação da oração.
Pelo que, o que fala em outra
língua deve orar para que a possa interpretar. 1 Coríntios 14:13
Têm todos dons de curar? Falam
todos em outras línguas? Interpretam-nas todos? 1 Coríntios 12:30
EXERCENDO A INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS
A fim de
exercer a interpretação de línguas é necessário, portanto que haja alguém
falando em línguas estranhas. Como, pois, poderá haver interpretação de
línguas, caso não houvesse alguém que falasse por meio delas. Por isso o
Apóstolo Paulo ordena que as pessoas não sejam impedidas de falarem em línguas
estranhas.
Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o
dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas. 1 Coríntios
14:39
Mas, tratando-se de “falar em línguas
estranhas” há necessidade de interpretação; pois línguas acrescido de interpretação
resultam numa profecia. Portanto, sendo profecia, é tido como Deus através do
Espírito Santo comunicando uma mensagem ao homem, neste caso, o ser humano
precisa de interpretação.
5 E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o
que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja
receba edificação. 1 Co.14.5 (RC)
No caso de alguém falar em
outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto
sucessivamente, e haja quem interprete. 1 Coríntios 14:27
Todavia, Paulo estabelece critérios
específicos com relação à aplicação do dom de línguas e sua interpretação no
culto público seguindo o princípio da edificação, da ordem e da decência.
6 Agora, porém,
irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos
aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de
profecia, ou de doutrina? 1 Co.14.6
26 Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro,
doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro,
interpretação. Seja tudo feito para
edificação. 27 No caso de alguém
falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e
isto sucessivamente, e haja quem interprete. 28
Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo
mesmo e com Deus. 29 Tratando-se de
profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. 30 Se, porém, vier revelação a outrem que esteja
assentado, cale-se o primeiro. 31 Porque
todos podereis profetizar, um após outro, para
todos aprenderem e serem consolados. 32
Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; 33 porque Deus não é de confusão, e sim de paz.
Como em todas as igrejas dos santos, [...] 39
Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não
proibais o falar em outras línguas. 40
Tudo, porém, seja feito com decência e ordem. 1 Co.14.26-32;39,40.
APLICAÇÃO.
Como se dá a manifestação de interpretação
de línguas? E o que se percebe no momento? São algumas indagações a ser
apresentadas e que necessitam de esclarecimentos para o exercício do dom e suas
manifestações.
Os critérios
estabelecidos para aplicação do dom de interpretação são muito parecidos com os
critérios utilizados anteriormente nos dons de locução ou linguagem. Isto é,
após o recebimento do dom de línguas tal pessoa deve praticar o dom de línguas
e suas manifestações a ponto de adquirir
habilidade no dom (1 Co.14.32).
Desta forma, é estabelecido um
processo de desenvolvimento e habilidade do dom sendo que de “Novas línguas” (a
qual geralmente ocorre como evidência do Dom ou de Batismo com Espírito Santo),
você procura desenvolvê-las para a dimensão de “Línguas estranhas” (tem a ver
com a fluência e domínio das línguas presenteadas pelo Espírito Santo), de “Línguas estranhas” para “Variedade
ou diversidade de Línguas” e de “Variedade de Línguas” à “Interpretação de Línguas”.
12 Assim, também vós, visto que desejais dons
espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja. 13
Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa
interpretar. 1 Co.14.12,13
Em minha
experiência no dom de interpretação, quando surge alguém que se comunica em
línguas estranhas, instantaneamente surge à interpretação em minha mente. Eu
sei que tal interpretação não vem de meu pensamento, pois não preciso forçar
para compreendê-lo ou raciocinar sua formulação, simplesmente surge com
coerência e profunda convicção de fé e significado.
É
necessário, portanto, que aquele que recebeu o dom de interpretar línguas venha
buscar em profunda oração à fluência no dom; ou seja, quando o cristão busca
fluência no dom de interpretação ele investe
horas com a possibilidade de ampliar a versatilidade de seu espírito nesta manifestação
espiritual.
CONCLUSÃO.
Procure o
hábito de orar em línguas todos os dias para seu aperfeiçoamento e progressão
na fé, dê liberdade ao fluir do Espírito Santo a ponto de adquirir habilidade
no dom e ore de forma profícua para receber o dom de interpretação.
APELO.
Quantos querem ser batizados no Espírito Santo e querem
manifestar o dom de línguas? Quantos já possuem o dom de línguas e estão
parados e querem reativar o dom? Quantos querem progredir no dom em variedades
e interpretação? Quantos querem receber o dom de interpretação e querem
adquirir habilidade neste dom.