11 de abr. de 2015

PRÁTICAS INCOERENTES

"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos". Oséias 4.6.

OBJETIVO.

O objetivo desse sermão visa tratar sobre a existência de certas práticas erradas ou incoerências no meio cristão com abordagem franca e honesta a fim de corrigir certos comportamentos. Todavia, a proposta não está em produzir crítica severa, mas expor a realidade dos fatos com o intuito de proporcionar corações arrependidos.
MODO DE MINISTRAÇÃO.
Trata-se de um ensaio do pensamento ou constatações, cujo foco desse sermão não é apologético, mas desenvolvê-lo dentro da ótica pastoral e evangelística. Pois através do amor pelos perdidos e empatia pelas ovelhas e seus conflitos podemos trazer um direcionamento profético para suas necessidades e propósito de vida. (Uma entrada profética).

INTRODUÇÃO.

Certo dia, eu pesquisava sobre alguns materiais de estudo; então encontrei um conteúdo que dizia algo similar do tipo: “Certos cristãos tem problema com a mentira”. De momento, eu refutei aquele conteúdo, sequer li seu material; depois, parei para observar o tema, se o mesmo procedia. Então cheguei a constatação que em algumas circunstâncias, tal proposição pode ser correta. Observemos com cuidado:

ANÁLISE E CARACTERÍSTICAS.

  1. CERTOS CRISTÃOS TEM PROBLEMA COM A MENTIRA.

De fato, tal proposição pode estar correta em alguns casos a serem apresentados; cujos pastores, e principalmente os pregadores itinerantes são os mais responsáveis por isso.
“2 Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus. 3  Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem. 4  Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los". Mt.23.2-4.
Observe que Jesus já falava acerca dessa abordagem entre a discordância das pregações com as devidas práticas das mesmas. Mas, quais são as áreas onde ocorrem essas incoerências?
No testemunho: Algumas pessoas procuram ajudar o milagre através do exagero de seu comentário (anedota do chorar rios de lágrimas), (o conto do testemunho quando o saldo do milagre vai aumentando a medida que repete o testemunho).
No relatório: Alguns relatórios eclesiais são imprecisos quando apresentados, principalmente no que convém. (estatísticas como supõe o neologismo “evangelásticos" que enumeram pessoas, anjos, arcanjos, querubins e serafins numa reunião, pois é impossível conter tal número de pessoas naquele evento), (o caso de enumerar seis pessoas ou seis famílias), (aquele discurso de crescimento de cem por cento para ocultar número inexpressível de pessoas).
Descrição da realidade articulada: Trata da articulação do cenário apresentando somente às partes boas dos fatos; portanto, criando uma realidade diferente do episódio em si.
Talvez você pense: "Qual o problema com isso?" A final de contas isso não poderia ser definido como uma figura de linguagem na forma de “hipérbole”? Porém, é assim que surgem as fábulas ou os mitos no imaginário cristão. Pois, se tomarmos qualquer indivíduo crente e compilarmos sua história com esse método, certamente apresentaremos uma história de vida onde o próprio protagonista ficaria impressionado com seu relato.
Contudo, nessa descrição de realidade articulada, quando o cristão normal lê ou ouve estes fantásticos testemunhos, tem a sensação de que sua vida é fracassada ou insignificante; ou seja, se não enxergar um anjo por dia, ou se Deus por meio dele não realizar um feito extraordinário de forma cotidiana; então passa aquela sensação decepcionante de que seu dia foi vazio, inoperante ou sem propósitos.
Com muito amor quero corrigir esse pensamento e dizer que esse sentimento não representa bem a realidade do Reino, bem como tem sido prejudicial para o desenvolvimento da vida cristã normal.
Nisso cria-se uma expectativa exacerbada acerca do que é uma vida cristã normal, que leva o cristão a viver uma vida aquém da normalidade!

2. CERTOS CRISTÃOS TEM DIFICULDADE COM AQUILO QUE PREGAM.

Certos Cristãos demonstram dificuldades em ter equilíbrio naquilo que pregam, isto é, demonstram estar cheios de amor e compaixão, mas na prática manifestam atitudes de religiosidade, elitismo ou legalismo. Isto é, seu discurso é inclusivo, mas sua prática é excludente.
Quanto a sua prática: Será que estamos preparados para receber os perdidos no estado deplorável que muitos se encontram, enquanto que um razoável número de igrejas ainda conservam a prática de homens e mulheres sentarem em lugares separados.
Quanto a forma de sua proclamação: A natureza do Evangelho é “Boa Notícia”, não temor do inferno! Quando enfatizamos mais o juízo do inferno do que a boa notícia de salvação, então incorremos no erro das pessoas virem para Jesus mais por medo do inferno do que por amor a Ele; isso não é genuína conversão, mas religiosidade.
Quando enfatizamos mais o inferno do que o amor de Deus, provocamos um desequilíbrio na teologia equânime de Deus sendo bom, justo e santo; o que leva as pessoas a imaginarem que Deus é carrasco, desta forma, não querem recebê-lo como salvador! Assim,  o ensinamento equilibrado acerca de Deus é fundamental para propagação do genuíno Evangelho.
Todavia, penso que demonstrar amor não se trata de possuir atitudes condescendentes a ponto de serem tontos ou manipuláveis. Existe um equilíbrio nesse comportamento e o amor de Deus é inclusivo e trás esse equilíbrio. Observe nos versículos abaixo o Evangelho do amor.
“30 Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. 31  Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. 32  Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. 33  Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele". Lc.10.30-33.
Quanto ao sistema que rege suas vidas: (Cultura pagã ou Evangelho?) Certos Cristãos demonstram incoerência entre aquilo que pregam e o que vivem, falam sobre viver o evangelho, mas orientam suas vidas em meio à práticas culturais mundanas e pagãs. Exemplo: (adotam costumes de novelas, moda e outros comportamentos); (vários namoros simultâneos ou o “ficar”).
Além disso, estamos convictos que as pessoas escolhem sua conduta de vida cristã e até sua congregação mais por um critério cultural do que por uma direção do Espírito Santo. Isto porque elas não sabem ter direção espiritual para tal, pois na ausência de uma orientação espiritual a cultura assume esta função.

3. CERTOS CRISTÃOS PROCURAM ESPIRITUALIZAR SUAS AÇÕES.

Certos cristãos tem inconsistência entre o que dizem e o modo que vivem. Procuram espiritualizar suas ações, e por fim acabam deixando a culpa e a responsabilidade de suas ações para Deus.
Cuidado em dizer "Deus falou comigo..." Exemplo: Certa irmã, em uma hora de reunião com seu lider, falou cinquenta e poucas vezes a expressão: "Deus falou comigo..." Tenho observado que tal argumento serve como desculpa para a pessoa fundamentar suas decisões (principalmente quando resolve trocar de igreja). Penso que pelo menos tal pessoa deveria ser sincera e dizer que “não concorda” ou “não se adapta” mais com a forma ou direção que se conduz seu relacionamento com a igreja sem responsabilizar Deus por isso conotando “ar de espiritualidade”.
“28 O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? —diz o SENHOR. 29  Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha? 30  Portanto, eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro. 31  Eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse". Jr.23.28-31.
Sobre esse assunto, encontramos o relato de determinados líderes que apresentam ao grupo “uma nova visão” vinda de Deus; contudo, tais líderes esquecem que disseram ter tido outra visão anterior, a qual também afirmavam como se viesse de Deus. Mas, qual destas visões veio de Deus? A antiga ou a inovadora? Estaria Deus mudando de tempo em tempo? (Mlq.3.6).
Ou pessoas dizem que tal ação foi dirigida por Deus e no fim a mesma ação não dá certo. Exemplo: Trabalho, namoro, casamento, etc.
“13 Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. 14  Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. 15  Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo. 16  Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna". Tg.4.13-16.
4. CERTOS CRISTÃOS AFIRMAM SER LIVRES MAS PERMANECEM MANIPULÁVEIS.
Certos cristãos afirmam ser livres, todavia permanecem influenciados por práticas clichês e manipulados como massa de manobra. Sim, deveras! Existe muita manipulação de marketing evangélico e eclesial.
Exemplo: Podemos observar certos artistas evangélicos em mera profissionalização cujo cumprimento de propostas contratuais acabam por fazer em público coisas que envergonham o Evangelho. A necessidade econômica em vender um novo CD ou escrever um livro novo com o propósito de mantê-lo em “fama” faz da celebridade cristã um sub serviente a propósitos explicitamente mercadológicos (a genuína motivação de expansão do Reino está longe de ser verdade!).
Por falar em “mercado da fé”, observe isso: Muitos acessórios chamados “reforços de fé” que são vendidos na forma de “amuletos” evangélicos como “lenços ungidos”, “água benta”, “óleo de Israel”, etc. Os quais visam exploram o reino de forma financeira e comercial.
“2 E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; 3 também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme". 2 Pe.2.2,3.
Exemplo: Shows de cantores com finalidades puramente comercial, comemoração de feriados com finalidade de lucro, eventos cristãos onde se vendem a unção (At.8.9-23).
“13 Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu Jesus para Jerusalém. 14  E encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; 15  tendo feito um azorrague de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas 16  e disse aos que vendiam as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio". Jo.2.13-16.
Cabe a nós exercer o “binômio profético”, e como profetas de Deus “anunciar” Cristo e seu compromisso com a verdade e “denunciar” os erros, ou distorções cometidos em nome do Reino.
No aspecto do profetismo, a igreja ficou apenas com o anúncio sobre Jesus Cristo e seu Reino vindouro, mas perdeu a característica de “denúncia contra o pecado, a injustiça e a corrupção”. Uma vez que a Igreja negligenciou tal tarefa diante da sociedade, a mesma agora passa a ser exercida pela imprensa, isto é, a imprensa agora cumpre o papel negligenciado pela Igreja em denunciar os abusos cometidos pelas autoridades. É como se a igreja neutralizasse sua função de coluna e baluarte da verdade.
"para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade". 1 Timóteo 3.15.
5. CERTOS CRISTÃOS PROFESSAM FÉ ABSOLUTA, MAS NÃO RECONHECEM SUAS DEBILIDADES NA FÉ.
Quanto a debilidades: Certos cristãos professam fé absoluta, no entanto, tem dificuldades para reconhecer as próprias debilidades na fé. Penso que as pessoas deveriam ser honestas em afirmar que crêem, mas sinceras no reconhecer que existe debilidades na fé.
Reconhecer debilidades não significa estar susceptível a incredulidade; pois o medo para com a incredulidade ou o temor de que suas debilidades possam, no âmago, ser uma espécie de incredulidade, leva o portador a não admitir suas debilidades na fé; no entanto, tal sentimento faz um mal tremendo em sua relação com Deus. Deus quer curar esse sentimento para que a pessoa não sofra mais.
“23  Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. 24  E imediatamente o pai do menino exclamou com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé!” Mc.9.23,24.
“18  Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência. 19  E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, 20  não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, 21  estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera. 22  Pelo que isso lhe foi também imputado para justiça”. Rom.4.18-22.
Observe o caso de Abraão. O considerado “Pai na Fé”, exemplo e modelo de fé genuína tinha plena fé no milagre que estava por acontecer; todavia, ele não negou seu estado de “amortecimento”, mas apesar disso, ele creu. Assim, nós devemos considerar nosso estado e não entrar em mecanismos de defesa psíquica” como “negação” da realidade, porque isso é “dissonância cognitiva”; mas, apesar disso, continuar crendo.
Quanto a doenças: Acerca desse tema, tais pessoas dizem não precisar de remédios, que já tem saúde divina, mas aceitam usar óculos, convivem com a obesidade, calvície ou outros. (Há um episódio jornalístico, onde certo bispo que afirmava que doença era demônio e pecado, no entanto, quando entrevistado demonstrou ter doenças). Penso que não podemos aceitar certas incoerência ou exageros de acreditar que existem umas doenças que precisam ser expurgadas, enquanto permitimos outras que sejam toleráveis; isto é, doença é doença! Cuidado com os exageros! E o que dizer destes versículos abaixo:
“Estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer, Jeoás, rei de Israel, desceu a visitá-lo, chorou sobre ele e disse: Meu pai, meu pai! Carros de Israel e seus cavaleiros!” 2 Reis 13:14.
“13  E vós sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. 14  E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus. 15  Que é feito, pois, da vossa exultação? Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar. 16  Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?” Gl.4.13-16.
"Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades". 1 Timóteo 5:23
Quanto a confiança: Certos cristãos professam suas crenças, mas apresentam dificuldades para confiar. Há uma incoerência entre aquilo que crêem e a forma ou motivação pelo que praticam.  Há uma “dissonância cognitiva” entre o crer no âmbito espiritual e no parâmetro cognitivo com o confiar na esfera emocional.
Isto é, com a fé no espírito afirmamos que Deus é onipotente, onipresente e onisciente, com a fé e intelecto confessamos que Deus é moralmente amor, justiça e santidade, mas na prática e na emoção nos comportamos como se ele não fosse. Observe esses versículos.
9 Andarei na presença do SENHOR, na terra dos viventes. 10 Eu cria, ainda que disse:estive sobremodo aflito. 11 Eu disse na minha perturbação: todo homem é mentiroso. 12 Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo? 13 Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do SENHOR. Sl.116.9-13.
Compare que o salmista declara que possui fé; embora, o mesmo igualmente descreve sua humanidade quando manifesta seus sentimentos e não reprime a exposição de suas fraquezas. Diante disso ele reconhece a fragilidade humana para com a mentira ou falsidade, no entanto, na presença desses fatos, o autor transcende seu entendimento depositando sua genuína confiança nAquele que verdadeiramente pode satisfazer os desejos de seu coração.
Exemplo de mãe que não confia os cuidados de seu bebê com a babá; assim, a cada minuto liga para saber o estado da criança.
6. CERTOS CRISTÃOS PROFESSAM UMA TEOLOGIA IMPRATICÁVEL DENTRO DOS PARÂMETROS UNIVERSAIS DO EVANGELHO.
Queridos! Não está errado admitirmos que temos debilidades em certas áreas da vida no tocante a fé, isso nos faz humanos e tira sobre nós o jugo de uma religiosidade absoluta que sufoca justamente aqueles que mais têm mais sofrido em razão da fé. Isto é, os pobres, os injustiçados, os doentes e outros.
Tais exageros têm levado muitos ao sentimento de frustração ou incapacidade que geram alienação ou enfraquecimento no relacionamento com o Deus. Vamos ser amorosos com essas pessoas e ajudá-los a encontrar sentido em seus assuntos e assim desfrutar de uma magnífica comunhão com o Pai e seus irmãos de fé.
Exemplo: Para alguns parece certo possuir “exacerbada teologia da prosperidade” e dizer que pobreza é pecado em um país de primeiro mundo e onde há liberdade de culto e condições propícias para desenvolvimento. O difícil é manter essa teologia quando alguns cristãos são perseguidos e espoliados como no Iraque, Síria, Sudão e China.
Porque não somente vos compadecestes dos encarcerados, como também aceitastes com alegria o espólio dos vossos bens, tendo ciência de possuirdes vós mesmos patrimônio superior e durável. Hebreus 10.34  
Para alguns, conotação de ser “apóstolo ungido” é possuir estética de um homem bem sucedido e ostentar objetos de desejo e consumo; todavia, os mesmos esquecem o modo como os “apóstolos do cordeiro” viveram e procederam.
“9  Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens. 10  Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis. 11  Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, 12  e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; 13  quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos. 14 Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados”. 1 Co.4.9.14.
“11 Tenho-me tornado insensato; a isto me constrangestes. Eu devia ter sido louvado por vós; porquanto em nada fui inferior a esses tais apóstolos, ainda que nada sou. 12  Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos. 13  Porque, em que tendes vós sido inferiores às demais igrejas, senão neste fato de não vos ter sido pesado? Perdoai-me esta injustiça. 14  Eis que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado; pois não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos. 15  Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma. Se mais vos amo, serei menos amado?” 2 Co.12.11-15.
“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;” Apocalipse 2:2
    No Novo testamento encontramos os apóstolos entesourando coisas espirituais para o rebanho de Deus, na atualidade o discurso está em o povo de Deus entesourar riquezas para aqueles que se auto proclamam apóstolos.
    Não que seja errado o homem de Deus possuir os bens desse mundo, errado está em colocar o foco nisso e fazer disso essência de sua teologia. Portanto, a igreja em sua função profética precisa denunciar esses abusos da fé.

PASSOS PARA CORRIGIR ESSES COMPORTAMENTOS INCOERENTES

  • Arrepender se. A base do Evangelho começa com arrependimento e transformação.
“15  dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”. Mc.1.15.
  • Buscar honestidade e franqueza. A confissão é uma prática fundamental para quem quer estar em linha com a vontade e veracidade divina.
“2  Atentarei sabiamente ao caminho da perfeição. Oh! Quando virás ter comigo? Portas a dentro, em minha casa, terei coração sincero. 3  Não porei coisa injusta diante dos meus olhos; aborreço o proceder dos que se desviam; nada disto se me pegará”. Sl.101.2,3
  • Mudar comportamento. Mudança de comportamento implica em genuína conversão e transformação de vida.
“Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei”. Ezequiel 18.32  
  • Ser ponderado e comedido. A prudência nos faz ser precavidos e pessoas que reflitam não em clichês pré estabelecidos, mas em formação de opinião fundamentadas na Palavra e na Verdade. Assim, encontramos sóbrios e não nos precipitamos a agir de forma incoerente e ostentar outra realidade.
“Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”. 2 Timóteo 1.7  
  • Não cair no oposto e entrar em obstinação pela acuracidade. Alguns se deixam extravasar em seus comportamentos, não porque sejam voluntariamente religiosos, mas porque estão sofrendo severas angústias que provocam compulsividade e obsessão. Em contra partida, não é saudável cair em minúcias ou obstinação por detalhes.
“15  Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade. 16  Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” Ecl.7.15,16.
Todavia, Jesus é fiel para curar toda enfermidade quer no físico quanto na alma (N.O.C.) e no comportamento.

APLICAÇÃO.

Agostinho disse: “Pregue o Evangelho e se precisar use palavras”.
A melhor pregação do cristão é o seu testemunho de vida diante da sociedade. A maior dificuldade para evangelizar, está na falta de exemplo das pessoas que frequentam a Igreja. Precisamos pregar e viver um evangelho que faça sentido na doutrina e na vida diante daqueles que nos assistem, na esperança que nosso comportamento faça diferença para aqueles que precisam ver Jesus em nós.

CONCLUSÃO.

Minha proposta não foi produzir crítica severa ou em demasia , mas reconhecer que se quisermos alcançarmos aqueles que não conhecem a Cristo, devemos certificar se existem certas incoerências na expressão do que somos e com sinceridade nos ajustarmos de acordo com a Palavra de Deus.

APELO.

Quantos querem viver o Evangelho?