5 de set. de 2015

PROFETISMO E AS ARTES

“Disse mais o SENHOR a Moisés: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores.” Ex 31.1-5.


OBJETIVO.
Viemos tratar neste sermão sobre  objetivo de salientar o que Deus quer fazer através das artes por meio do ministério profético. Desta forma, nossa proposta é redimir as Artes de volta para o Reino de Deus a fim de ser utilizada no ministério profético.


INTRODUÇÃO.

Segundo a Bíblia, Deus é o criador das artes; Deus é “Deus de bom gosto”, consequentemente merece que as suas obras sejam feitas com requinte e arte (Sl. 33.3).
Deus é criador por excelência e também um Ser criativo. Ele é dotado de arte, virtude e beleza em tudo que Ele faz. Exemplo. O universo é uma fantástica obra de arte (Sl. 8.1-4). A criação revela a arte e magnificência divina. A Bíblia é uma obra de arte. Não apenas o “best-seller”, mas a mais rica literatura já produzida.
Como a literatura, as artes tiveram origem também na “fé bíblica” ou religião, mesclado com a música, dança ou canto hebraico. Observe que as odes (cantos) tiveram grande repercussão artística em Israel; Basta contemplar o Livro de Cantares (Ode das odes, no grego), por falar em Cantares, o seu autor, além de sábio foi um grande artista. Salomão compôs mil e cinco cânticos ou odes, e três mil provérbios. (I Rs. 4:32).
Jesus, por sua vez, esbanjava arte e bom gosto falando através de parábolas para que os ouvintes, por meio delas, admirassem Sua obra (Mt. 13:3). Da qual bem poderiam ser enredos de uma dramaturgia cênica. Era comum ver Jesus usando enigmas em suas declarações: “Guias cegos! que coais o mosquito e engolis um camelo” Mt. 23.24, provavelmente envolvia um jogo de palavras ou anagramas. Nestes jogos de palavras deixava os intérpretes cairem nos abismos da confusão e do mal entendido. Podemos perceber um sermão dramatizado em (Mt. 22.15-22), onde ele usa uma moeda para produzir o seu discurso.
Paulo, juntamente, desenvolve anagramas e conotações gramaticais, bem como, pela celebração cênica que desde a noite da paixão de Cristo perdura até os dias de hoje: “A SANTA CEIA”. Paulo a partir de I Co. 11.23 apresenta o verbo “anunciar” como sendo algo dramatizado em palavras e símbolos.


O MINISTÉRIO PROFÉTICO E A ARTE

Ao estudarmos esse tema de forma precisa, veremos que o profetismo está para fluir como viés artístico de Deus, isto é, a arte é um canal para expressar o profético divino.
Ao pesquisar o histórico das artes no ambiente profético identificamos as mesmas vinculadas a práticas religiosas como a dança, a música, o canto e o teatro, os quais despontaram com a própria história do profetismo, num tempo adverso a qualquer demarcação, anterior até à arte literária. Observe:
“Assim me disse o Senhor: Vai, compra um cinto de linho e põe-no sobre os lombos., mas não o metas na água. Comprei o cinto, segundo a palavra do Senhor, e o pus sobre os lombos. Então, pela segunda vez me veio a palavra do Senhor, dizendo: Toma o cinto que compraste e que tens sobre os lombos; dispõe-te, vai ao Eufrates e esconde-o ali na fenda duma rocha. Fui e escondi-o junto ao Eufrates, como o Senhor me havia ordenado. Passados muitos dias, disse-me o Senhor: Dispõe-te, vai ao Eufrates e toma o cinto que te ordenei escondesses ali. Fui ao Eufrates, cavei e tomei o cinto do lugar onde o escondera; eis que o cinto se tinha apodrecido e para nada prestava. Então, me veio a palavra do Senhor dizendo: Assim diz o Senhor: Deste modo farei também apodrecer a soberba de Judá e a muita soberba de Jerusalém. Este povo malígno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo a dureza do seu coração e anda após outros deuses para o servir e adorar, será tal como este cinto, que para nada presta.” (Jr. 13:1-10).
Neste texto vemos Deus usando o profeta Jeremias em linguagem artística de através de um objeto físico representar uma situação na qual em seguida ele usaria para a partir disso propagar Sua Mensagem. Compare também esse outro texto:
“Palavra do Senhor que veio a Jeremias, dizendo: Dispõe-te; e desce a casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então veio a mim a palavra do Senhor: não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” (Jr. 18:1-6).
Este texto descreve de forma clara a intenção de Deus de, através de uma cena comum do dia-a-dia, falar a Jeremias sua Palavra.
Ora, se usou Deus de uma “cena” para, através desta comunicar sua Palavra. Assim, nós podemos usar as artes e fazer com que as pessoas recebam algo, então servir de base para aquilo que Deus quer comunicar mediante sua Palavra profética!
Chamamos sua atenção para esta verdade: Deus criou a encenação, a representação através de Seus “atos proféticos” para que o ser humano deslumbrasse Sua vontade, por conseguinte, falar através de sua Palavra, e desta forma, absorver a verdade profética com mais propriedade através de várias formas de comunicação e linguagem.
Com o auxílio do Espírito Santo nós devemos buscar cenas que possam abençoar a igreja e através destas comunicar Sua Palavra.
Observe que Deus conduz o olhar do ser humano para que este veja sua obra e contemple sua Palavra. Assim, por meio da linguagem artística, tornar visível e palpável aquilo que Deus nos fala. (Compare também Ez. 17, Ez. 24 e Jn. 4).
Deus cria e usa gêneros literários e diversas formas artísticas, Os. 12:10, os seus servos, os profetas, tinham este senso profético e artístico, ex.: Ezequiel, Isaías, Jeremias, Habacuque, etc.
Além disso, existe àquilo que é “estético ou artístico” como fenômeno primário junto ao profético. Ou seja, a manifestação profética e espiritual é igualmente dotado daquilo que é estético e artístico, o qual desperta uma ação plenamente intuitiva e sensitiva formada como linguagem para adoração. Trata-se, portanto, da área espiritual da comunhão como fonte espiritual de nossa expressão artística mais profunda, criada originalmente para adoração.
Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. João 4.23,24.
Não é por acaso que o termo “inspiração” seja usado tanto para manifestação de uma profecia quanto para composição de uma obra artística. Pois, em essência, os dois processos eram utilizados no aspecto inspiracional.


ANÁLISE E CARACTERÍSTICAS.

Diante do exposto, afirmamos que Deus é o dono das artes e não o diabo, embora, nosso adversário tenha usado a mesma com mais afim do que nós mesmos. Desta forma, nossa proposta é resgatar ou redimir as Artes de volta para o Reino de Deus a fim de ser utilizada no ministério profético.
Ora, se Deus é o criador e dono da arte, então o diabo é apenas um imitador, ele não é criativo, ele não tem poder para criar. A legítima e autêntica inspiração deve vir de nosso criador.
Nós que somos usados por Deus, que recebemos o ministério profético, igualmente recebemos a criatividade vinda como herança de nosso Pai. Assim, como filhos de Deus, também somos criativos e herdamos talentos e vocações que vem de Deus. Quando expressamos essa criatividade nós glorificamos a Deus, autor de toda santa inspiração.
Observe o exemplo de Bezalel, filho de Uri, o primeiro homem a ser narrado como alguém cheio do Espírito Santo.
“Disse mais o SENHOR a Moisés: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores. Eis que lhe dei por companheiro Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; e dei habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam tudo o que tenho ordenado: a tenda da congregação, e a arca do Testemunho...” Ex 31.1-7.
Note que Deus chama um homem da tribo de Judá, chamado Bezalel para edificar com arte o tabernáculo do Senhor. De acordo com a Bíblia, percebemos que este homem foi o primeiro a ser cheio do Espírito Santo. Mas, como ele era cheio do Espírito Santo? Podemos perceber isto na tradução de sua genealogia. Vejamos:
“Calebe, filho de Hezrom, gerou filhos de Azuba, sua mulher, e de Jeriote; foram estes os filhos desta: Jeser, Sobabe e Ardom. Morreu Azuba; e Calebe tomou para si a Efrata, da qual lhe nasceu Hur. Hur gerou a Uri, e Uri gerou a Bezalel.” I Cr 2.18-20.
Primeiramente, vemos que ele era descendente de um homem chamado Uri, que significa “Minha Luz, Minha Revelação”; este gerou a Bezalel, que significa “Debaixo da sombra de Deus”.
Assim, muito do que podemos receber da capacidade artística e criativa se trata de uma virtude legada por nossos ancestrais e dada por Deus como “iluminação de qual repousamos debaixo de sua sombra”, ou seja, inspiração!


CLASSIFICAÇÃO.

A Palavra de Deus deixa claro que: “todas as coisas foram feitas por ele e por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” Jo.1.3. Tudo o que realmente podemos olhar, contemplar, ou até mesmo tocar foi por Cristo permitido, inclusive a área que inclui arte e expressão. Nosso objetivo é quebrar certos tabus e preconceitos existentes em relação a arte em geral, canalizando-a para o profetismo e para o evangelismo.
Podemos destacar alguns tipos de manifestações artísticas que podem ser usadas no Reino como expressão profética do Evangelho.
  1. Composição Literária: A Bíblia está repleta de textos que comprovam a manifestação profética de Deus e seu benefício por meio da literatura como forma de arte. Penso que todo profeta deveria se esmerar em ser um profeta literário semelhante a Isaías, Jeremias e outros; a fim de que a Palavra de Deus manifestada através dele viesse abençoar futuras gerações.
  2. Música e o Canto: As Sagradas Escrituras dão incontáveis referências das manifestações artísticas do canto como forma de comunicação da vontade divina. Muitas dessas manifestações artísticas derivaram do mover profético. Observe o cântico libertador de Israel ao passar pelo Mar Vermelho (Êx. 15:1-18) e suas respectivas manifestações proféticas.
Também temos o cântico profético e artístico de Débora (Jz. 5:1-31) em meio a um grande livramento. Encontramos a adoração como forma genuína e  profética relatada no livro de Apocalipse (Ap. 5:9; 14:3; 15:3).
  1. Dança: Vemos o povo de Deus cantar, vemos o povo de Deus dançar. Será que “a dança é do diabo?” Analisando e refletindo sobre a Palavra de Deus vemos o quanto o diabo é mentiroso, e que a ele nada pertence. Portanto: “A música e a dança são de Deus, a ele pertencem”. Compare Êxodo 15:20, Êxodo 32:19, I Samuel 21:11, I Samuel 29:5, II Samuel 6:14, 16 e Juízes 11:34.
Perceba que dança direcionada pelo Espírito Santo é uma bênção, mas quando é carnal, torna-se inadmissível.
  1. Teatro, artes cênicas, dramaturgia: Todo ato profético é uma forma de dramaturgia, que por meio das artes cênicas revela a vontade de Deus.
  2. Além desses, nós podemos citar: As Artes Plásticas, a Pintura, o Design, o Desenho, a Arquitetura,  o Artesanato, a Moda, a Decoração, o Humor, a Culinária, Etc.


PASSOS PARA ASSIMILAR ESSE CONHECIMENTO.

Sendo assim fazemos essa pergunta: Quais são os nossos talentos? Será que temos enterrado ou reprimido aquele canal de linguagem artística pelo qual Deus quer comunicar sua verdade profética?
Aconselhamos a redimir os talentos e glorificar o nome de Jesus. Dar vasão àquele viés artístico que Deus colocou em nosso coração. Com riqueza, diversidade e criatividade expressar aquilo que herdamos de nosso criador.


APLICAÇÃO.

Ora, as manifestações artísticas tem fundamentalmente dois propósitos, ou seja, no Reino de Deus temos dois propósitos básico na arte da comunicação da mensagem cristã: Providenciar alimento espiritual para os salvos; e outro, anunciar o Evangelho aos não-salvos, na esperança de uma reação favorável à mensagem comunicada.

As Artes como instrumento de Edificação do Corpo de Cristo.

Edificação vem do termo latino “ædificare” que significa: Construir, levantar, edificar, uma casa, um templo. Desta forma podemos aplicar a palavra dentro da conotação cristã; onde edificar significa fundamentar, instruir, fortalecer, etc.
Temos por entendimento que toda arte quando usada na unção do Espírito Santo, se torna uma forma de edificação do povo de Deus. Isto é um fator de soma que vai constituir algo mais na vida da Igreja.
“Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (I Pe. 2:5).
a) Apoiar no culto trazendo através de ações áudio e visuais como base para aqueles que assistem vejam situações diárias ou bíblicas e que através do Espírito Santo possam ser tocados.
b) Servir de apoio e complemento para ministração da Palavra. Devemos contemplar a arte não somente um horizonte intelectual, mas principalmente o espiritual, onde o fator preponderante é atingir não apenas o aspecto cognitivo ou emocional (alma), mas o espiritual (espírito), por isto, o cuidado, o zelo, para edificação do corpo é de suma importância.

As Artes como forma de Evangelismo no amparo e impacto Social (Dorcas)

Evangelismo significa anunciar uma boa notícia. Sim, uma ação de, movidos pelo Espírito Santo, deixarmos a inércia de lado e propagarmos o nome de Jesus Cristo à todos os que estão cativos pelas trevas, cumprindo, assim, a determinação de Cristo.
Temos ações que são uma bênção quando usadas pelo Espírito Santo: o canto, a música, a dança, a pintura, o teatro, a mímica, a pantomima. Todas essas ferramentas são armas em potencial para levar Cristo aos homens em diversos lugares e locais muitas vezes impróprios para um culto litúrgico, como por exemplo: praça, rua, campo de futebol, calçada, sala de aula, etc.; por isso salientamos que as artes têm entre suas características a flexibilidade e a acessibilidade para se adequar à condições impostas pelas circunstâncias.


CONCLUSÃO.

Logo, todos são estimulados para dispor seus corações e utilizar todas as formas de comunicação e linguagem a fim de transmitir a verdade profética que fala às mentes e corações humanos a serem guiados aos propósitos de Deus.


APELO.

Quantos querem colocar seus talentos artísticos para serviço no Reino de Deus?