10 de out. de 2013

O MODELO DE ADORAÇÃO DE ACORDO COM O TABERNÁCULO

OBJETIVO.
Venho tratar neste sermão sobre a relação bíblica de adoração conferida por Deus segundo o modelo dado por Ele mediante o Tabernáculo e o Templo.
INTRODUÇÃO.

Por volta de 1445 a.C. Deus libertou Israel da escravidão com propósito de adorá-lo. O tabernáculo foi o modelo dado por Deus para que o homem pudesse adorá-lo. Nós aprenderemos alguns tipos e formas de adoração que são estabelecidas na fé cristã através da alusão deste modelo divino.
5 os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo; pois diz ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte. Hb.8.5
8 E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. 9 Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis... Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado no monte. Êxodo 25:8,9;40
Embora o tabernáculo servisse de modelo para adoração, a adoração no Antigo Testamento era restrita, pois o povo não tinha o Espírito Santo, nós reconheceremos a obra de Jesus Cristo houve um rompimento com impedimentos que nos impossibilitavam a ter adoração perfeita na presença de Deus, bem como, o esclarecimento de como seu sacrifício nos tornou uma nação de reis e sacerdotes cheios do Espírito Santo.

DEFINIÇÕES.
Na Bíblia, o tabernáculo tem servido para inúmeras ilustrações de ensinos espirituais; uns o aplicam a igreja, outros a Jesus, etc. Sem dúvida, tal objeto é riquíssimo em seus significados.
Contudo, nós podemos ilustrar uma notável analogia quando abordamos o tema sobre adoração e sua relação na comparação do ser humano com o tabernáculo.
Penso que podemos com propriedade fazer tal comparação, principalmente se utilizarmos a referência do versículo abaixo:
Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1 Coríntios 6.19.

Ora, se somos o santuário do Espírito Santo então o tabernáculo serve para o cumprimento de nosso propósito no sentido de que cada relação compreendida no Tabernáculo de Moisés possa ter uma referência a nós, como santuário do Espírito Santo.
Observemos o relato em Hebreus:
1 Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado e o seu santuário terrestre. 2 Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o Santo Lugar; 3 por trás do segundo véu, se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, 4 ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança; 5 e sobre ela, os querubins de glória, que, com a sua sombra, cobriam o propiciatório. Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora, pormenorizadamente. 6 Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados; 7 mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo, Hb.9.1-7.
Através desse relato em Hebreus, o autor descreve as características do santuário do Senhor nas Sagradas Escrituras, as quais serão vistas a seguir:
ANÁLISE E CARACTERÍSTICAS.
O ÁTRIO
O Átrio era o local visível do tabernáculo sendo o pátio do Santuário e era nele se encontrava os utensílios para o sacrifício e local para execução deste.
De acordo com essa analogia, poderíamos inferir ao átrio a comparação do mundo exterior e de suas interações com seu meio ambiente, nesse sentido, o átrio era o local onde se tinha acesso as pessoas normais e sua relação com mundo que vivemos, logo representa o nosso corpo como templo do Espírito.
O Átrio era o local do sacrifício. Tome-se por alegoria o fato dos sacerdotes que em exercício ministerial tinham que lidar com o sacrifício. Cabia a eles, pela legislação do Pentateuco, o ato de imolar o animal, colher e espargir seu sangue, remover a gordura, queimá-la no altar, preparar a lenha, retirar as cinzas e a fumaça. É evidente que todas estas atividades traziam sujeiras nas mãos, manchas nas roupas e cheiro no corpo. Nestas sequelas do seu trabalho é onde se refere o exemplo das cargas emocionais.
Além do altar do sacrifício, Deus preparou no tabernáculo uma bacia de lavar feita de espelho das mulheres que saíram do Egito!
8 Fez também a bacia de bronze, com o seu suporte de bronze, dos espelhos das mulheres que se reuniam para ministrar à porta da tenda da congregação Êxodo 38.8.
Tal bacia faz analogia à obra do Espírito Santo e seu papel purificador no processo de purificação dos resíduos do sacrifício do altar. Se do altar do sacrifício decorriam sujeiras, a bacia, porém, proporcionava purificação. Então, no processo de ministração do povo de Deus e das coisas concernentes a sua casa. Deus nos preparou um momento para os ministros estarem com o Espírito Santo e serem purificados na percepção de sua glória e presença.
TIPOS DE ADORAÇÃO NO ÁTRIO.
  1. O sacrifício da oferta pelo pecado.
  2. A refeição com o ofertante representando a COMUNHÃO.
  3. A Bacia de Lavar.
9 Isto terás das coisas santíssimas, não dadas ao fogo: todas as suas ofertas, com todas as suas ofertas de manjares, e com todas as suas ofertas pelo pecado, e com todas as suas ofertas pela culpa, que me apresentarem, serão coisas santíssimas para ti e para teus filhos. 10 No lugar santíssimo, o comerás; todo homem o comerá; ser-te-á santo. Nm.18.9
Assim, o cristão não deve negligenciar o tempo de qualidade, comunhão e intimidade com o Espírito Santo a fim de ser refrigerado pela sua manifestação.
5 não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, 6 que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador Tito 3.5,6.

O SANTO LUGAR
2 Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o Santo Lugar Hb.9.2.
Ao entrarmos no Santo lugar utilizamos a comparação com nossa alma, do qual adquirimos consciência de nós mesmos e das coisas concernentes ao nosso ser e de suas relações sociais. Utilizamos as faculdades do intelecto, emoções e vontade para interagir no meio social visando às questões do tempo presente.
Assim como não são todos que interagem nessas características de nossa alma, somente os mais íntimos, da mesma forma, só os sacerdotes podiam estar nesse local chamado Santo Lugar para executar os seguintes ofícios:
TIPOS DE ADORAÇÃO NO SANTO LUGAR.
Cada dia, de manhã e à tarde, oferecem holocaustos e queimam incenso aromático, dispondo os pães da proposição sobre a mesa puríssima e o candeeiro de ouro e as suas lâmpadas para se acenderem cada tarde, porque nós guardamos o preceito do SENHOR, nosso Deus; porém vós o deixastes. 2 Crônicas 13.11
  1. A refeição do pão da proposição.
  2. O encher as lâmpadas do Candelabro.
  3. O encher o altar com incenso.
Tais atitudes de adoração representam a ação periódica diária e semanal do cristão em se fortalecer com a iluminação da Palavra através da ilustração do candelabro, pela oração representada pelo altar de incenso e buscar Deus em relacionamento e comunhão através do pão da proposição.

O SANTÍSSIMO LUGAR
3 por trás do segundo véu, se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, 4 ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, o bordão de Arão, que floresceu, e as tábuas da aliança; 5 e sobre ela, os querubins de glória, que, com a sua sombra, cobriam o propiciatório. Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora, pormenorizadamente. Hb.9.4-5.
Por fim, é no Santíssimo lugar temos relação com a própria presença de Deus e das coisas concernentes ao seu reino. Por meio dela temos o discernimento e compreensão de nossas interações espirituais.
No mais interior da casa, preparou o Santo dos Santos para nele colocar a arca da Aliança do SENHOR. 1 Reis 6:19
Tais utensílios trazidos dentro da arca da aliança eram o pote de maná, vara de Arão que florescera e as tábuas da lei que representam a ação do Espírito Santo em nosso mais íntimo do ser. Assim o maná pode representar a comunhão, a vara de Arão fala de ministério que ocorre na intuição e as tábuas da lei tem a ver com a norma da lei gravada em nossa consciência.
TIPOS DE ADORAÇÃO NO SANTÍSSIO LUGAR.
  1. O atravessar o véu em jejum.
  2. O derramar do sangue da propiciação.
  3. O ouvir a v voz em meio a Shequináh.
AÇÃO DO SUMO SACERDOTE NO SANTÍSSIMO LUGAR
Somente o Sumo sacerdote, uma vez ao ano no dia da expiação, podia entrar no santíssimo lugar para fazer propiciação pelos pecados da nação e assim ter a direção de Deus ao povo dada mediante sua voz na Shequináh.
Todas essas ações marcam um processo intuitivo de fé, tendo em vista o fato de Deus ser a única luz dentro do santíssimo lugar.
10 Tendo os sacerdotes saído do santuário, uma nuvem encheu a Casa do SENHOR, 11 de tal sorte que os sacerdotes não puderam permanecer ali, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR enchera a Casa do SENHOR. 12 Então, disse Salomão: O SENHOR declarou que habitaria em trevas espessas. 13 Na verdade, edifiquei uma casa para tua morada, lugar para a tua eterna habitação. 1 Rs.8.10-13.
A tradição da sineta e da corda: Figura a analogia do cordão umbilical e a âncora da alma que penetra no véu com a corda sacerdotal ao entrar no Santíssimo Lugar.
Vejamos o exemplo do umbigo como marca do transcendente que equivale à nossa consciência como marca de origem do espiritual. Da mesma forma que umbigo humano considerado por si mesmo parece ser um órgão sem sentido, tal só pode ser compreendido a partir da história pré-natal de uma pessoa como sendo um resto de sua transcendência, a qual leva sua procedência a um organismo materno. Da mesma forma, a consciência espiritual pode ser entendida no sentido pleno quando se concebe de uma origem transcendente.
a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, Hebreus 6.19
Assim, a consciência espiritual só será inteligível a partir de uma região extra-humana numa origem transcendente; pois um ser humano numa condição de criatura não é o senhor da sua vontade, como criador; mas, servo de sua consciência como criatura. Porém, a consciência não é a última instância perante a qual precisa ser responsável, mas a penúltima. Pois, marca a relação que temos com Deus, nosso criador, do qual compareceremos diante dEle.
Contudo, estávamos impedidos de entrar no Santo dos Santos, somente o Sumo sacerdote podia entrar nele uma vez ao ano para fazer propiciação e assim ter a direção de Deus ao povo; mas através de Jesus Cristo temos acesso que vai além do véu.

O QUE JESUS FEZ POR NÓS.
50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. 51 Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; 52 abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; 53 e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. 54 O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus. Mt.27.50-54.
No Antigo Testamento, o Espírito Santo não podia entrar no ser humano em função de seus, porém a partir do momento que Jesus pagou o preço de sangue por causa de nossos pecados e o derramou além do véu, agora o Espírito pode entrar no mais íntimo e recôndito de nosso coração e assim termos comunhão e adoração com Ele.
11 Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, 12 não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção...14 muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Hb.9.11,12,14.

PASSOS PARA INICIATIVA DE ADENTRARMOS NA PRESENÇA DE DEUS.
19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, 20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, 21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. 23 Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Hb.10.19-22.
  • INTREPIDEZ.
  • CORAÇÃO SINCERO.
  • PLENA CERTEZA DE FÉ.
  • SANTIDADE (CORAÇÃO PURIFICADO, CORPO LAVADO)
  • CONFISSÃO DA ESPERANÇA.
APLICAÇÃO.
Minha experiência ao ver os objetos acerca do Terceiro Templo no instituto do Templo em Jerusalém.
CONCLUSÃO.
Assim, amados, Deus deseja que o adoremos em nosso templo, isto é, nós que adoramos em espírito e em verdade, nós somos agora esse templo.
Portanto, devemos romper com a expressão de serviço meramente religioso sair daquela dimensão de sacrifício e sociabilidade de comunhão fraterna exterior atribuída a cristão que servem a Deus só no átrio, mediante sacrifício, sociabilidade e purificação.
Adentrarmos para além do Santo Lugar que representa o culto na alma com refeição, iluminação e práticas funcionais de devoção. E irmos além do véu que nos separa para servirmos no mais íntimo do ser. Onde a única atenção não é o exterior, mas é onde se revela a shequináh divina.
APELO.
Quantos querem receber o sacrifício de Cristo como Senhor e Salvador?
Quantos querem aprofundar-se na adoração?