29 de jul. de 2011

DISTRAÇÕES NA FÉ

25  Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. 26  E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. 27  Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! 28  Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. 29  E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. 30  Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! 31  E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? 32  Subindo ambos para o barco, cessou o vento. 33  E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus! Mt.14.25-33.

INTRODUÇÃO
Existem inúmeros elementos que nos levam a distração na fé. Pois, vivemos tempos de profunda concorrência das coisas relativas à nossa fé, ou seja, sabemos que nestes últimos tempos muitas coisas concorrem com os aspectos relativos à fé comum. É sobre isto e queremos tratar neste sermão.
A sensação que nos apresenta é que Jesus tem disputado em nossa agitada agenda uma oportunidade ou um espaço para compartilhar conosco. Paralelo a Cristo existe uma infinidade de tarefas, atividades e disputam tempo e espaço com nossa adoração.
Quero destacar aqui alguns elementos que distraem nossa fé em relação os aspectos divinos.

1. POSSIBILIDADES DE ENTRETENIMENTO
A possibilidade de entretenimento nos dias atuais faz com que as pessoas substituam as coisas sagradas com elemento cujo objetivo é tão-somente ocupar seu tempo. Hoje existem uma infinidade de atividades de lazer cujo principal propósito é distrair com relação às coisas e os problemas.
Vivemos uma geração que busca a fuga de seus tormentos através do álcool, diversão, festas e outros. De fato, o ímpio encontra nestes prazeres algo que possa aliviar de seus problemas.
Todavia, nós cristãos, que antes de conhecermos a Jesus viemos igualmente desta mesma cultura de fuga, as vezes, somos inclinados a buscar mais as coisas do prazer do que aquelas coisas que nos edificam. Quantas vezes você foi tentado a faltar um culto por causa de uma circunstância do momento ou uma atividade prazerosa que lhe substituiria o tempo da adoração. Quantos já foram tentados a ficar em casa por causa de um filme, de uma partida de futebol ou por qualquer coisa a semelhante.
Não é errado desfrutarmos de entretenimento, mas o aumento ou excesso de entretenimento tem levado pessoas ao cansaço e exaustão impedindo-as em ter disponibilidade para buscar as coisas divinas. Isto porque, conforme reafirmo, fomos educados em uma cultura de entretenimento. Assim, precisamos disciplinar nosso espírito a buscar refúgio em Deus.

2. EXCESSO DE INFORMAÇÃO.
Outro fator que inibe e distrai nossa fé é o excesso de informação acumulada. Uma das coisas que evoluiu nestes dias é uma forma e o acesso com que a informação é veiculada.
Porém, o que acontece com uma pessoa despreparada tem em seu poder o acesso à informação? Existe, portanto, grande possibilidade desta pessoa adquirir uma informação errada, cujo teor da informação trará mais prejuízos do que benefícios.
A exemplo disto temos a propagação das seitas pela Internet que leva ao esvaziamento da fé. (A maioria dos sectários adquirem suas heresias pela Internet: estes sectários estão continuamente querendo redescobrir a "grande revelação" por conteúdos de internet).
Tomemos outro exemplo: Antigamente ao ir a uma farmácia, determinada pessoa pedia um medicamento para dor de cabeça, assim o atendente apresentava dois medicamentos: o medicamento “A” e o medicamento “B”. Hoje você vai a uma farmácia e pede medicamento para dor de cabeça, então o atendente lhe apresenta dezenas de variedades de medicamentos, sendo que para cada medicamento existe o sabor na versão laranja, guaraná ou frutas vermelhas. Desta forma, ao leigo comprador torna-se difícil escolher o medicamento a comprar. Percebam como o excesso de informação pode ser prejudicial.
Outro fator interessante acerca do excesso de informação é o acúmulo de informação adicional que sobrecarrega o nosso sistema de neurônios. Frequentemente,  acumulamos em nosso cérebro informações em demasia que não traz proveito algum ou que é dispensável para o exercício de determinada função. É semelhante a um armário de cozinha que está cheio de quinquilharias que jamais serão utilizadas.
Nestas circunstâncias “o mais é menos”, faz-me lembrar acerca daqueles músicos que querem a apresentar suas habilidades musicais e na execução de uma música apresentam todos acordes e sons complementares e possíveis no arranjo de uma música levando tal a um e “embolamento” sonoro; neste sentido “o mais é menos”!
Assim, proponho-vos uma limpeza do sistema de informação, utilizando a analogia da informática: está na hora de limpar a memória temporária para otimizar o sistema, eliminando o excesso de informação para permanência daquilo que é relevante.


3. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH).
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e outras psicopatias tem sido alguma das razões para a distração da fé.
A medicina tem constatado o aumento de crianças com TDAH como nunca visto antes. Primeiramente é importante ressaltar que crianças por natureza já possuem propensão a ser inquietas, isto é normal até certo ponto, as quais, os mais antigos chamavam de crianças impertinentes.
Todavia, percebemos acréscimo no volume de crianças TDAH. Parece que tais crianças tem se tornado cada vez mais irriquietas. Os pais já não sabem o que fazer e como lidar com seus filhos. A elevada procura de aconselhamento por pais que trazem seus filhos com sintomas de TDAH e não sabem o que fazer.
Entendo que podem existir várias razões para isto:
a) A falta de educação fornecida pelos pais, colabora no processo de crianças sem disciplina fortalecendo o quadro de crianças com TDAH.
b) A desestrutura familiar através do alcoolismo, drogas e divórcios faz com que as crianças, as quais, não possuem estrutura emocional madura suficiente absorvam estas disfunções resultando no surgimento do quadro. Elas sãos as principais vítimas da desestruturação familiar.
c) A mudança no processo com o qual a informação é veiculada. Podemos constatar que tivemos profundas mudança na forma pela qual o raciocino é formado e na velocidade com que ele é alternado. Fazendo com que as crianças sejam mais hiperativas.

OBS: Percebo empiricamente que um assunto em discussão está em voga por cerca de 5 a 10 minutos, sendo que em média a cada 7 minutos trocamos de assunto. Isto ocorre porque vivemos num período cujo foco é velocidade de informação. Toda informação parece ser mais rápida, vivemos na época do twitter escrito em 140 caracteres ou do facebook digitado com 250 caracteres.
Os filmes antigos se agora assistirmos parece um marasma de tão lento que se move em seu o enredo. Ou se lermos livros antigos, aos nossa impressão, se tornaram entediantes, Os livros levavam 50 páginas para expressar o que poderiam ter escrito em 15 páginas.
Isto porque queremos velocidade na informação e esta quanto mais rápida for será melhor!

  
4. HIPERATIVIDADE ECLESIÁSTICA
Todavia, vivemos igualmente numa época de hiperatividade eclesiástica.  Isto é,   os cristãos estão sempre a procura do novo, dispostos a deixar rapidamente aquilo que é certo por algo que seja recente gerando distração na fé. Exemplos:
O cristão contemporâneo é hiperativo e está sempre atrás de novidade:
a) Um novo evento na cidade. Por causa desta sede por novidade na informação estão sempre a procura de novos eventos, sendo massa de manobra para espertos que lucram gerando disso comércio.
18  Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei. Fp.1.18
b) Uma nova banda evangélica com um novo cântico. Antigamente, levava-se 3 meses para igreja cantar um novo cântico, agora queremos novidade em 1 mês. Interessante é que cada geração acha que o grupo em voga na sua geração é que trará o avivamento.
c) Uma nova tendência no comportamento cristão. A cada ano, temos sempre alguém que inventa uma nova esquisitice evangélica e sempre há seguidores para esta extravagância.
d) Um novo mover, quiçá, poderá trazer o avivamento e até se deixar, gerará uma nova denominação ou uma nova igreja.
O que está em questão é que aplicamos a este conceito de inovação a um falso teor espiritualizante  de renovação ou avivamento, as vezes, fundamentado na parábola do vinho e do remendo de tecido. Deveras, existe uma explicação para  estas razões:
Razões fundamentadas na:
a) inconstância de alma: Pois a alma quanto mais inconstante mais busca satisfação pelo novo.
b) na insatisfação do presente: A frustração do presente leva pessoas em desespero abandonar tudo que tem pelo novo. Na grande maioria das vezes vão de mal a pior.
c) ansiedade de mudança: De fato existe a necessidade de mudança, esta todavia, com direção espiritual e apoio da fé e não  promovida pela ansiedade ou distração da fé.
Contudo, tais fatores, ao invés de propiciar crescimento ou renovação levam a desatenção do objetivo principal que é a edificação e permanência da fé. Enquanto se distraem com tendência e esquisitices tais, não promovem o centro da fé que é salvação, evangelização e santificação da vida cristã.
3  Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. 2 Co.11.3

5. PASSOS PARA ENFRENTAR A DISTRAÇÃO NA FÉ
a) Entender que a Batalha é na mente. Lc.4 e Mt.4.  Assim, devemos pedir ao Senhor para guardar a nossa mente.
15  Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. 16  Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo. 1 Co.2.15,16.

b) Vigiar o pensamento para não enfraquecer o raciocínio.
2 Ts 2:2  a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor.

c) Evitar a abstração sabendo da necessidade de mantermos o foco. Assim devemos evitar o ativismo respeitando as funções na guerra. Você não é o faz tudo.
13  Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço:   esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14  prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15 Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. 16  Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos. Fp.3.13-16.

d) Evitar a ansiedade. Não se ocupar com problemas e causas que não são nossas.
6  Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. 7  E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. 8  Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. 9  O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco. Fp.4.6-9.