“Lembra-te
Guarda do dia de sábado, para o
santificar, como te ordenou o SENHOR, teu Deus. Seis dias trabalharás e
farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia
é o sábado do SENHOR, teu Deus; não
farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem o teu animal, nem
o forasteiro das tuas portas para dentro; para que o teu servo e a tua serva
descansem como tu; porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que
o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido; pelo que
o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado. porque, em seis
dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo
dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.” Ex.20.8-11; Dt.5.12-15.
INTRODUÇÃO
Nestes
últimos tempos, Jesus tem me levado a escrever coisas práticas da vida cristã.
Assim, compus este estudo sobre o dia de descanso com o propósito de trazer
esclarecimento real acerca deste dia, bem como, responder a muitas
circunstâncias onde:
- Com a
crescente judaização da Igreja atual tem havido muitas dúvidas acerca do dia do
Senhor.
- O povo
de Deus tem vivido debaixo de uma grande pressão emocional e espiritual
desconhecendo princípios dados por Deus para seu refrigério.
- Muito se
tem perdido na vida espiritual cristã e de sua família como também do culto
público a Deus pela desobediência destes critérios.
PROPÓSITOS PARA O DIA DE
DESCANSO
Através
do estudo cuidadoso dos versículos acima percebemos que Deus determinou três
grandes e importantes propósitos para o dia de descanso:
1.
CONSAGRAÇÃO, DEDICAÇÃO: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”.
É importante entendermos qual é a principal razão do dia do descanso? A
principal razão do dia do descanso não deve ser entretenimento com a família,
nem diversão, embora tais práticas sejam importantes. Mas, a consagração de um
dia de nossa semana a Deus sendo Ele centro e atenção maior naquele dia.
Contudo, a influência de uma cultura cada vez mais humanista, subjetivista e
hedonista fez o homem valorizar mais ao prazer do que a Deus no dia do descanso.
Porém, Deus orienta que nós e nossa família nos consagremos a ele neste dia.
2.
DESCANSO: “Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum
trabalho”. Obviamente que para o ato da consagração plena a Deus é
necessário que nosso espírito, nossa mente e nosso corpo estejam totalmente
descansados. Pois como podemos pensar nas coisas de Deus se nossa mente está
ocupada com coisas seculares. Sendo assim, é necessário que descansemos nosso físico
e desocupemos nossas mentes com os encargos do mundo a fim de que estejamos
aptos para ocupar-se com as coisas de Deus.
3.
BENÇÃO: “... por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado
e o santificou.” Como resultado
disto podemos dedicar este dia e aplicá-lo em abençoar os outros; ter um tempo
abençoado para nossos filhos; para nossa família e para as pessoas a quem
amamos.
1. O DIA DE DESCANSO NA
ATUALIDADE
Creio
que as coisas que fazemos em nosso dia de descanso devam ser colocadas em sua
real prioridade: Certas pessoas aproveitam de seu dia de descanso com muitas
coisas menos com Deus; assim, o que deveria ser descanso torna-se enfado,
canseira, fadiga, stress. Os filhos vão à frente da televisão e aprendem muitas
carnalidades e concupiscências; tais enchem suas mentes com poluição moral,
pecado, violência; e depois querem vir à igreja e esperam que seus filhos sejam
santos. “SERIA ESTE TIPO DE DIA CONSAGRADO AO SENHOR?”
Quantos
de nós realmente colocamos Deus como prioridade para nossa família neste dia? Ou
quantos de nós preparamos espiritualmente e emocionalmente para virmos à casa
de Deus e cultuá-lo? E ainda; Quantos de nós oramos pelos nossos filhos antes
de sair de casa e expliquemos a razão de estarmos vindo ao culto? Na verdade, o
fato é que grande maioria das pessoas passam este dia inteiro aguçando seus
sentidos para as obras da carne e então querem vir ao culto e sentir a presença
de Deus. Da mesma forma que satisfizeram a carne com seus deleites querem
proporcionalmente satisfazer o seu espírito e esquecem que a satisfação de um é
contrária ao outro.
“Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no
meu santo dia; se chamares ao sábado
deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo
os teus caminhos, não pretendendo fazer
a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te
deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te
sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse.”
Is.58.13-14.
Conforme
o texto de Isaías, tais passam o dia no cuidado de seus próprios interesses e
não honram o descanso; eles passam o tempo com palavras vãs assistindo e
participando de coisas vis, conversas a toa e se deixar ainda com o pecado e a imoralidade.
Poderíamos mencionar aqueles que se tornam “escravos do dinheiro” e trocam o
dia de descanso para servir a mamon
e depois encontram dificuldades em ter ânimo e disposição para servirem a Deus.
Veja o que está escrito no verso abaixo:
“Considerai que o SENHOR vos deu o sábado; por
isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para
dois dias; cada um fique onde está, ninguém
saia do seu lugar no sétimo dia.” Êx 16:29
Deus prometeu que nos daria seis dias de bênçãos para
que pudéssemos nos consagrar a Ele no dia de descanso; e disse que no sexto dia
seria o dobro do lucro dos outros dias.
“Disse mais o SENHOR a Moisés: Tu, pois, falarás
aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois
é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica. Portanto, guardareis o sábado, porque é santo para vós outros; aquele que o profanar morrerá; pois
qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo. Seis
dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o
sábado do repouso solene, santo ao
SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer alguma obra morrerá. Pelo que
os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas
suas gerações. Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em
seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento.” Ex.31.12-17
Seis dias trabalhareis,
mas o sétimo será o sábado do descanso
solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas
as vossas moradas. Lv 23:3
Deus
determinou em sua palavra que consagrou um dia da semana a Ele e decretou que
aquele que transgredisse não consagrando este dia, morreria. Desta premissa
surge a seguinte pergunta: Como um crente pode perecer por não guardar um dia
de descanso? Ora, do ponto de vista da medicina, Deus condicionou o nosso corpo
para termos certo tempo de trabalho e um tempo de descanso; quando não
respeitamos este tempo; o nosso corpo sente a fadiga; nossa mente começa a se esgotar
e nosso espírito enfraquece. Deus quer que tenhamos alento, ânimo revigorado,
vida renovada, espírito vivificado neste dia.
POR ISSO
O CULTO DOMINICAL TEM QUE SER UM CULTO DE AVIVAMENTO. ASSIM, Devemos respeitar este limite de Deus em
nossas vidas.
Muitas
pessoas influenciadas em sua ignorância pelo “sistema capitalista de mais valia
extra” pressupõem que como devem produzir o máximo nos seis primeiros dias de
trabalho, agora pelo mesmo critério de “exigência psíquica” pensam e querem vir
a produzir o máximo para Deus no dia de descanso. Desta forma, laboram em
extraordinário erro imaginando que Deus se condiciona a este sistema idolátrico
de trabalho e mundano de viver e isto dentro da Igreja. (Sintomas de Neuroses
Eclesiogênicas)
Observemos
através deste estudo o que a Bíblia e a história têm a nos ensinar acerca do
surgimento e desenvolvimento de um dia de descanso ao povo de Deus e a sociedade,
quer seja sábado, domingo ou qualquer dia da semana, o qual nós possamos
consagrar.
2. O SÁBADO E ISRAEL
A origem
do sábado estava vinculada ao ciclo lunar. Existem evidências que Israel
estabelecia e “hoje” estabelece relação do sábado e seu calendário e deste com
o ciclo lunar. O sábado, para o israelita, traz conotação de sétimo dia:
"O ciclo de sete dias pode também ter surgido da idéia de perfeição e
santidade, inerente ao número sete nos povos semitas."
De fato,
o judaísmo atribui destaque a determinados números em relação aos demais, os
quais são: 3, 7 e 12, onde são aplicados nas questões do calendário. Então, as
atividades vinculadas aos calendários judaicos têm correlação com os números 7,
3 e 12.
Assim, o
dia aos israelitas constituía um período de sete vigílias, sendo quatro
vigílias diurnas de três horas e três vigílias noturnas de quatro horas. Cada
sete dias consistia um período semanal, que iniciava pelo sábado de lua nova.
Desta forma, em toda lua nova iniciava um mês cuja fase lunar vigorava até o
próximo sábado: dia 7. Surgia ao dia seguinte a fase lunar crescente e segunda
semana até o segundo sábado que consistia o 14⁰ dia do mês; vindo a lua cheia no meio do mês, e na quarta semana com
início em lua minguante, finalizando as fases lunares e o mês em torno de 30
dias.
Por isso
o calendário judeu durava cerca de 360 dias, daí terem estabelecido os 360
graus da circunferência movendo-se um grau por dia. Como há diferença de 5 dias
em relação ao calendário solar, a cada seis anos, estabelecia-se o décimo
terceiro mês. Deve-se afirmar que a adoção do calendário lunar israelita se dá
com o intuito de não identificação com o calendário solar e os respectivos
cultos pagãos ao sol. Daí festividades
pagãs serem celebradas nos solstícios (inverno-verão), enquanto as festas
judaicas eram celebradas nos equinócios (primavera-outono). Também o sete pode
ser correlacionado ao ano sabático: sétimo ano e no jubileu: 7x7 e ano
seguinte.
Tendo
esta correlação nos dias, semanas e anos, o Pentateuco estabelece “sete
principais festas” no calendário israelita: Quatro no período da colheita da
cevada e primeiras monções e três na colheita do trigo e frutos após chuvas
serôdias Zc.14.16,17.
1. Festa dos Ázimos. 2. Páscoa
que sempre coincide com o equinócio. 3. Festa das Primícias, com oferendas a
Deus para vinda de boas chuvas 4. Festa das Semanas, após primeiras chuvas, no
fim da colheita dos cereais Dt.11.14. Denomina-se de semanas, por causa da
contagem de “sete semanas” a partir do início da colheita dos cereais. 5. Hosh
Hashanáh (Ano Novo – Festa das Trombetas) no mês "sete". 6. Dia do
Perdão (Yom Kippur) para propiciação dos pecados nacionais e 7. Festa dos
Tabernáculos, no fim da colheita das frutas e trigo, nas monções da chuva
serôdia.
Assim,
conforme o texto, afirma-se a prioridade do
povo israelita em guardar o sábado, como centro das atividades litúrgicas
de Israel e observância do mesmo, que gera a observância do todo; se tornando
símbolo de identidade Israelita e sinal de aliança divina. Todavia, surge a
seguinte pergunta: “Teria esta cerimônia algo haver com a Igreja Cristã?” Eu
penso que não!
3. JESUS E O SÁBADO
Como
Jesus Cristo via esta questão do dia de descanso? Jesus Cristo guardava o
sábado ou o domingo? Jesus Cristo guardava o sábado porque ele como cumpridor
da Lei deveria cumprir toda a Lei por nós, e nisto incluía a observância do
sábado. Como qualquer judeu, Jesus certamente observou, em termos gerais, o
sábado, até porque ele tinha que guardar a lei.
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.” Mt 5:17
Ao mesmo
tempo, no entanto, ele foi extremamente crítico com alguns posicionamentos de
religiosidade acerca do sábado. Conhecida é a palavra de Mc 2.27:
“O sábado foi feito para o ser humano, e não
o ser humano para o sábado.”
Com
isso, Jesus afirma que a preservação da vida está acima das exigências formais
da Lei; a vontade de Deus, à base de toda Lei, é promover a vida. Jesus cura
aos sábados, demonstrando, assim, inusitada liberdade diante do cumprimento
formal da Lei, defendido por uma corrente do judaísmo da época. Jesus via que
embora o dia do sábado devesse ser um dia sem trabalho, todavia ele não
extremava as regras do descanso a ponto do homem se tornar escravo das leis do
sábado. O bom senso do homem é superior à intransigência da lei sabática.
Portanto o homem podia fazer o bem no dia de descanso. Jesus Cristo mostrou que
a fim de que alguns tivessem seu descanso naquele dia e seu culto a Deus outros
teriam que trabalhar para Ele (no caso: o sacerdote e serviços emergenciais).
“Por
aquele tempo, em dia de sábado,
passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os
fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o
que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que
fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de
Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem
a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não
lestes na Lei que, aos sábados, os
sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo:
aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não
teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado.”... 9 Tendo Jesus partido dali, entrou na sinagoga
deles. 10 Achava-se ali um homem que
tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-lo,
perguntaram a Jesus: É lícito curar no sábado?11 Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o
homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo
o esforço, tirando-a dali? 12 Ora,
quanto mais vale um homem que uma ovelha?
Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem.13
Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a
outra. Mt.12.1-13
Ora, aconteceu
atravessar Jesus, em dia de sábado, as searas, e os discípulos, ao passarem,
colhiam espigas. Advertiram-no os fariseus: Vê! Por que fazem o que não é
lícito aos sábados? Mas ele lhes
respondeu: Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve
fome, ele e os seus companheiros? Como entrou na Casa de Deus, no tempo do sumo
sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os quais não é lícito comer,
senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam com ele? E acrescentou: O sábado foi estabelecido
por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do
Homem é senhor também do sábado.” Mc.2. 23-28 “
“Ora, ensinava
Jesus no sábado numa das sinagogas.
E veio ali uma mulher possessa de um espírito de enfermidade, havia já
dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se.
Vendo-a Jesus, chamou-a e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; e,
impondo-lhe as mãos, ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus. O
chefe da sinagoga, indignado de ver que
Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que se deve
trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado.
Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas,
cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou o seu
jumento, para levá-lo a beber? Por que motivo não se devia livrar deste
cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa
há dezoito anos? Tendo ele dito estas palavras, todos os seus adversários
se envergonharam. Entretanto, o povo se alegrava por todos os gloriosos feitos
que Jesus realizava.” Lc.13.10-17
“Aconteceu que, ao entrar ele num sábado na casa
de um dos principais fariseus para comer pão, eis que o estavam observando.
Ora, diante dele se achava um homem hidrópico. Então, Jesus, dirigindo-se aos
intérpretes da Lei e aos fariseus, perguntou-lhes: É ou não é lícito curar no
sábado? Eles, porém, nada disseram. E, tomando-o, o curou e o despediu. A
seguir, lhes perguntou: Qual de vós, se
o filho ou o boi cair num poço, não o tirará logo, mesmo em dia de sábado?
A isto nada puderam responder.” Lc.14.1-6
“Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão
(se bem que ela não vem dele, mas dos patriarcas), no sábado circuncidais um homem. E, se o homem pode ser circuncidado em
dia de sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos
indignais contra mim, pelo fato de eu ter curado, num sábado, ao todo, um
homem? Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça. Jo.7.22-24
4. JESUS E A IGREJA PRIMITIVA NO
DOMINGO
Se Jesus
Cristo cumpriu o sábado porque nós, a igreja, não o guardamos? A postura de
Jesus certamente influenciou seus seguidores e as comunidades cristãs. A
comunidade judaica cristã de Jerusalém participava, inicialmente, do culto no
templo (At 5.42;21.26); muitos cristãos não viam necessidade de se desligar dos
costumes herdados do judaísmo, observando também o sábado (Mt 24.20) e pagando
o imposto do templo (Mt 17.24-27). Os conflitos em torno da observância da Lei
judaica, que transparecem, por exemplo, em At 15 e Gl 2, não mencionam o
sábado, mas refletem a existência de diversas posições diante dos costumes do
povo judeu.
Todavia,
as comunidades gentílico-cristãs, em concordância com a teologia paulina, CERTAMENTE NÃO OBSERVAVAM O SÁBADO. Vejamos
o que a Bíblia tem a dizer sobre isto: A
Igreja não guarda mais o sábado por quatro motivos:
4.1. Após a ressurreição de Jesus Cristo os discípulos
entenderam que o dia mais importante para o cristão passaria a ser o primeiro
dia da semana, pois era o dia da ressurreição de Jesus.
“No findar do sábado, ao entrar o primeiro
dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis
que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu,
chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua
veste, alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se
estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais;
porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele
jazia. Mt.28.1-6
“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi
ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava
revolvida.” Jo 20:1
“Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana,
trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e
disse-lhes: Paz seja convosco!” Jo 20:19
“Eu,
João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em
Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do
testemunho de Jesus. Achei-me em
espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de
trombeta,” Ap.1.9-10
4.2. Foi o dia que desceu o Espírito Santo como inicio
da colheita de Deus:
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar;” At 2:1
4.3. Era considerado o primeiro dia como primícias para
Deus:
“No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha
de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não
façam coletas quando eu for.” 1Co 16:2
4.4. Por uma questão prática; Se os judeus ocupavam o
templo e as sinagogas no sábado com suas liturgias, não sobrava espaço e tempo
para os cristãos praticarem seus cultos a Deus no sábado adotando, portanto, o domingo para fazerem
seus cultos.
“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o
fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato,
exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite.” At 20:7
5. PAULO E O SÁBADO
Vejamos
o que apóstolo Paulo tem a nos ensinar sobre isto: O apóstolo Paulo coloca a
liberdade da Lei no centro de sua teologia, considerando a “observância como lei”
de determinados dias um retrocesso.
“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém,
para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come
legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o
que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o
seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é
poderoso para o suster. 5 Um faz
diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha
opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para
o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e
quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem
morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o
Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.” Rm.14. 1-8
“Ninguém,
pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua
nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas
que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo. Ninguém se faça árbitro contra
vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões,
enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não retendo a cabeça, da
qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce
o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os rudimentos
do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo,
não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que
todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm
aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de
rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.” Cl.2.16-23
“Outrora, porém, não conhecendo a Deus, servíeis a
deuses que, por natureza, não o são; mas agora que conheceis a Deus ou, antes,
sendo conhecidos por Deus, como estais
voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo,
quereis ainda escravizar-vos? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco.” Gl.4.8-11.
Paulo
esclarece que a prática da observância de um dia como rigor de lei e forma de
escravização terminou em Cristo, do qual, não devemos mais ser julgados.
Todavia, devemos ter bem em nossa mente nossa posição e não julgarmos que assim
observa tal dia, pois é importante salientar que em nenhum momento ele proíbe ou
determina que anule a guarda do dia de descanso.
6. O DOMINGO E A HISTÓRIA
ECLESIÁSTICA
Na
origem, o domingo (do latim [dies] dominicus, “dia do Senhor”; cf. Ap 1.10)
nada tem a ver com o sábado, ou seja, não
surgiu para substituí-lo como dia de descanso. Por ser o dia da
ressurreição de Jesus e de suas aparições aos discípulos (Jo 20.1,19,26), o
primeiro dia da semana judaica tornou-se, cedo, um dia especial, no qual as
comunidades cristãs se reuniam para ouvir a pregação do Evangelho, celebrar a
Ceia do Senhor (At 20.7,11) e recolher as ofertas para os necessitados (1 Co
16.2).
No
início, os cristãos não descansavam do trabalho neste dia. Documentos do séc.
II mencionam reuniões de alegria, no dia da ressurreição de Jesus (Carta de
Barnabé), e encontros para a leitura dos profetas e apóstolos, orações e
celebrações da Ceia, no primeiro dia da semana (Justino, o Mártir).
Somente
em 321, o imperador Constantino instituiu o primeiro dia da semana judaica como dia de descanso geral, no qual não
se faria nenhum trabalho (a não ser na lavoura) e nenhum negócio (a não ser a
libertação de escravos). Esta determinação trouxe benefícios para os cristãos.
Somente a partir do séc.IV, conhecem-se apelos para que se cumpra o descanso
dominical, usando-se as motivações do sábado bíblico (João Crisóstomo). Já na
Idade Média, há um conjunto de normas que regulamentam o descanso dominical.
Os
reformadores destacam-se por sua atitude relativamente liberal diante das
prescrições do descanso dominical. Calvino exige
que se reserve um dia por semana para o culto e o descanso dos servos, não
necessariamente um dia específico.
Para
Zwínglio, é possível, no dia de descanso, realizar serviços considerados
necessários. Lutero se posiciona contra as proibições rígidas da sua época e se
manifesta contra tendências de reintroduzir o sábado, argumentando que as normas da antiga aliança não mais são válidas.
Mas também destaca a necessidade de um
dia especial para as reuniões da comunidade. Na Inglaterra do séc. XVII, os
Puritanos exigem não só a proibição de todo trabalho no domingo, mas também de
qualquer evento esportivo, recreativo ou artístico.
7. O DIA DE DESCANSO NA
ATUALIDADE
O mundo
ocidental adotou, em termos gerais, a prescrição do Antigo Testamento de alternar seis dias de trabalho com um de
descanso. Por causa da predominância de cristãos nos países do Ocidente,
prevê-se como dia de descanso normalmente o domingo.
No
Brasil, o descanso semanal deve coincidir preferencialmente com o domingo (Art.
7º XV da Constituição Federal de 1988). A Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT, de 1943, já prescreve esta norma, mas também prevê exceções: “O descanso
semanal será de 24 horas consecutivas e coincidirá no todo ou em parte com o
domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa de
serviço [...] Havendo trabalho nos domingos, será organizada uma escala de
revezamento quinzenal, que favoreça o repouso dominical.” (Art. 385 e 386)
A Lei n.
605 (de 5/1/1949) e sua Regulamentação (Decreto n.27.048, de 12/8/1949) dispõem
sobre o repouso semanal, mas relacionam, ao mesmo tempo, pessoas e setores da
economia aos quais a Lei não se aplica. A legislação reflete os problemas
vinculados ao dia de descanso semanal. Há atividades que não podem parar nem
mesmo no dia de descanso. Existe, além disso, toda uma indústria voltada à
organização do lazer. Portanto, não mais
é possível manter um mesmo dia de descanso para todas as pessoas; isso
prejudica a vida da família e da comunidade cristã. O encontro da comunidade
torna-se cada vez mais difícil.
Cabe
fazer valer a comunidade e ao
trabalhador o direito ao descanso. Endossado no argumento de Calvino:
“exige que se reserve um dia por semana para o culto e o descanso dos servos,
não necessariamente um dia específico.” E de Lutero que destacava a necessidade
de um dia especial para as reuniões da comunidade. E também da valorização do
“tempo livre da necessidade de produção”.
Por
outro lado, a redução de horas de trabalho semanais fez surgir, para muitos, o
“fim de semana” livre. A discussão sobre se o sábado ou o domingo deveria ser o
dia de descanso deixa de ser o foco, mas um dia específico para descanso.
Com o
advento do fim de semana como tempo de lazer, a questão mais importante das Igrejas gira em torno do conteúdo cristão
que deve ser dado a este tempo de lazer. Por um lado, o lazer é importante
por representar um espaço de criatividade e realização humanas, a princípio,
livre da pretensão de hegemonia do poder econômico.
O tempo
livre da necessidade de produzir é uma intenção básica do sábado judaico e deve
ser valorizado. Por outro lado, a mera existência do tempo de lazer ainda não é
observância cristã do dia de descanso, pois
faltaria a dimensão da santificação. Cabe resgatar os conteúdos positivos
do Evangelho para o dia de descanso: este é dia de alegria, de festa, de
comunhão e solidariedade. Ele está aí
para colocar cada semana na perspectiva da nova criação, antecipando, de certo
modo, a festa da vida eterna.
Outro
conteúdo positivo está no senso de dedicação do dia de descanso para aquilo que
é sagrado. Pois a mera existência do tempo de lazer não satisfaz a dimensão da
santificação por ele estabelecida, deve ser um tempo de busca a Deus e a fé.
8. O QUE DEVEMOS FAZER NO DIA DE
DESCANÇO?
A
teologia bíblica aconselha acerca de guardar um dia, independente de ser sábado
ou domingo, não mais como regime de Lei, mas como conduta de vida; o fato é que
devemos estar cônscios de que é importante o princípio de se guardar um dia e
que nos trás grandes benefícios, vejamos alguns.
8.1. Como consagração a Deus é
tempo de sermos revigorados com um alimento espiritual novo: Trocar o pão
sagrado.
“Também tomarás da
flor de farinha e dela cozerás doze pães, cada um dos quais será de duas
dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a
mesa de ouro puro, perante o SENHOR. Sobre cada fileira porás incenso puro, que
será, para o pão, como porção memorial; é oferta queimada ao SENHOR. Em cada sábado, Arão os porá em ordem
perante o SENHOR, continuamente, da parte dos filhos de Israel, por aliança
perpétua. E serão de Arão e de seus filhos, os quais os comerão no lugar santo,
porque são coisa santíssima para eles, das ofertas queimadas ao SENHOR, como
estatuto perpétuo.” Lv.24. 5-9
8.2. Deve
ser considerado o primeiro dia como primícias para Deus, trazendo suas ofertas
e sacrifícios de adoração:
No dia
de sábado, oferecerás dois
cordeiros de um ano, sem defeito, e duas décimas de um efa de flor de farinha,
amassada com azeite, em oferta de manjares, e a sua libação; é holocausto de
cada sábado, além do holocausto contínuo e a sua libação. Nm 28:9,10
8.3. É tempo de se renovar
espiritualmente e renovar a nossa guarda e cobertura no Espírito:
“Então, lhes deu ordem, dizendo: Esta é a obra
que haveis de fazer: uma terça parte de vós, que entrais no sábado, fará a guarda da casa do rei; e outra terça parte estará ao portão Sur; e a
outra terça parte, ao portão detrás da guarda; assim, fareis a guarda e defesa
desta casa. Os dois grupos que saem no sábado, estes todos farão a guarda da
Casa do SENHOR, junto ao rei. Rodeareis o rei, cada um de armas na mão, e
qualquer que pretenda penetrar nas fileiras, seja morto; estareis com o rei
quando sair e quando entrar. Fizeram, pois, os capitães de cem segundo tudo quanto
lhes ordenara o sacerdote Joiada; tomaram cada um os seus homens, tanto os que
entravam como os que saíam no sábado, e vieram ao sacerdote Joiada. O sacerdote entregou aos capitães de cem as
lanças e os escudos que haviam sido do rei Davi e estavam na Casa do SENHOR.” 2
Rs.11.5-10
8.4. É um dia para estarmos em
família, nos alegrarmos com ela e instruirmos nossos filhos acerca do Senhor e
desta consagração a Ele. Tempo de ensiná-los acerca do caminho e incutir fé em
seus corações; bem como prepará-los para o culto de dedicação neste dia.
Cada um respeitará a sua mãe e o seu pai e
guardará os meus sábados. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.” Lv 19:3
8.5. Tempo
de se apresentar a Deus no seu santuário em suas celebrações públicas; estar na
comunhão da Igreja e dos santos. Pois as pessoas se desleixaram em servir a
Deus com a inobservância de um dia virtualizando ou ignorando o culto a Deus
Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o SENHOR. Lv 19:30
9. APLICAÇÃO
Para que
estabeleçamos uma aplicação a este conhecimento devemos propor as seguintes
perguntas:
Quantos
dos levitas e obreiros realmente se preparam neste dia para servir a Deus no
culto? VOCÊ OBREIRO SE PREPAROU PARA VIR
AO CULTO? O culto a Deus na verdade não começa às sete horas da noite! Na sua
vida deve começar já ao acordar pela manhã! Deve se preparar o dia inteiro para
estar a noite na presença de Deus com os irmãos e não fazer as coisas
relaxadamente e sim com excelência. Os irmãos do ônibus devem vir já em adoração
e oração na presença de Deus; porque este trabalho já é um modo de cultuar a
Deus.
Devemos
nos preparar fisicamente, mentalmente e espiritualmente o dia inteiro para
tornarmos um instrumento do Senhor. Pedir a Deus para auxiliar-nos a estar
preparado para cada situação. Não estejamos deficientes em nenhuma área –
especialmente a espiritual.
Deus não
pode usar corações distraídos e corpos que estão exaustos. Eu tenho que estar
como um vaso no qual Ele pode usar. Estamos
plenamente convictos do fato de que muitas pessoas têm feito grandes
sacrifícios, e prontamente tem atravessado longas distancias, para atender este
culto. Muitos estão sofrendo de doenças e oram para este seja o momento de sua
cura. O que posso eu fazer, senão estar totalmente preparado e me render ao
Senhor?
Devemos
chegar à casa de Deus com senso de expectativa e fé em que o culto será
maravilhoso. Todavia, o diabo tem roubado a fé do coração dos cristãos com
filmes e programas, com propagandas mundanas, assim, quando chegam à casa de Deus
mal conseguem dar “aleluia”! Ou “glória Deus”!
Devemos
entrar na casa de Deus com espírito de louvor e adoração com intercessão e
busca da presença do Espírito Santo. Os levitas ao invés de estarem “fazendo
ruídos exóticos” com seus instrumentos já devem estar com espírito rendido em
adoração. Discernindo qual louvor Deus irá tocar no povo esta noite para que
sintam a presença de Deus e sejam transformados por ela. Na hora da pregação a
fé deve estar em seu ápice para que ocorram milagres e vidas sejam convertidas.
ESTE É O
DIA CONSAGRADO AO SENHOR! IRMÂO DEDIQUE ESTE DIA COMO PRIMÍCIAS A DEUS! COLOQUE
COMO PRIORIDADE NO DOMINGO O SENHOR JESUS! FAÇA TUDO COM EXCELÊNCIA; FAÇA TUDO
DA MELHOR MANEIRA PARA DEUS!
Será que
aquilo que você tem feito na casa de Deus é com excelência. O problema do
cristão é que Ele quer fazer as coisas de Deus, de acordo com a sua maneira de ser
e pensar, de acordo com o seu jeito desleixado, ou seja, de qualquer modo e
acha que Deus aceita assim.
Devemos
orar e se prontificar a fazer as coisas de Deus do modo de Deus de acordo com o
gosto e vontade divina.
Deus abençoe!