19 de dez. de 2012

TRANSFIGURAÇÃO



Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro [e aos irmãos Mt.17.1] Tiago e João e levou-os sós [em particular Mt.17.1], a um alto monte [com o propósito de orar Lc.9.28]. E [aconteceu que, enquanto ele orava Lc.9.29] foi transfigurado diante deles [a aparência do seu rosto se transfigurou Lc.9.29][resplandecia como o sol Mt.17.2]; as suas vestes tornaram-se [resplandecentes e sobremodo Mc.9.3] brancas [como a luz Mt.17.2],[como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar Mc.9.3]. E eis que apareceu-lhes [dois varões Lc.9.30][Moisés e Elias Lc.9.30 e Mt.17.3][os quais apareceram em glória Lc.9.31] e estavam falando com Jesus [da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém Lc.9.31]. [Pedro e seus companheiros achavam-se premidos de sono; mas, conservando-se acordados, viram a sua glória e os dois varões que com ele estavam Lc.9.32]. [Ao se retirarem estes de Jesus Lc.9.33] Então, Pedro, [tomando a palavra Mc.9.5], disse [a Jesus Mt.17.4]: Mestre, bom é estarmos aqui [se queres Mt.17.4] que façamos aqui três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, e outra, para Elias. [Pois não sabia o que dizer, por estarem eles aterrados Mc.9.6]. [Falava ele ainda Mt.17.5] quando veio uma nuvem [luminosa Mt.17.5] que os envolveu [e encheram-se de medo ao entrarem na nuvem Lc.9.34]; [e eis, vindo da nuvem Mt.17.5] uma voz dizia: Este é o meu Filho amado [em quem me comprazo Mt.17.5]; [o meu eleito Lc.9.35] a ele ouvi. [Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo Mt.17.6]. [Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! Mt.17.7].[Depois daquela voz, achou-se Jesus sozinho Lc.9.36]. E, de relance, [levantando os olhos Mt.17.8] olhando ao redor, a ninguém mais viram com eles, senão Jesus.  Ao descerem eles do monte, ordenou-lhes Jesus que a ninguém divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. [Eles calaram-se e, naqueles dias, a ninguém contaram coisa alguma do que tinham visto Lc.9.36].  Harmonia dos Evangelhos Sinópticos.

OBJETIVO.
            Esta é ministração aborda sobre um dos momentos mais sublimes do ministério terrenal de Jesus e sua sequência visando extrair esclarecimentos sobre esta revelação e seus benefícios. 

INTRODUÇÃO.
O CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
Jesus leva seus discípulos para o ponto mais norte e alto de todo território de Israel, sua intenção com esta jornada foi revelar aquilo que seria o ponto máximo da revelação do Evangelho.
Desta forma, Ele resolve se retirar ao ponto mais alto de Israel, isto é, ao Monte Hermom (OBS: Alguns consideram o monte Tabor ) para buscar mais da presença do Pai e ter um período de oração.

O CONTEXTO TEOLÓGICO DA REVELAÇÃO
Esta incursão começa em Mt.15.39 quando em Magadã os fariseus pedem um sinal do céu. Jesus contesta estes fariseus afirmando que o sinal que lhes dará será o sinal de Jonas, ou seja, assim como Jonas esteve três dias sepultado no ventre do peixe e depois retornou, assim Jesus seria sepultado e ao terceiro dia ressuscitaria.
Após este episódio, Jesus conduz seus discípulos à região mais norte de Israel, a Cesaréria de Filipo Mt.16.13. Lá ele instrui acerca da mais alta revelação do Evangelho: “Que Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo!” Mt.16.16
16  Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17  Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 18  Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Mt.16.16-18.

A revelação de que ‘Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo’ é o cerne do Evangelho, do qual nEle mesmo edificará sua Igreja, pois Ele é a Rocha, a pedra angular; e nesta revelação as portas do inferno jamais prevalecerão contra a Igreja que detém e anda nesta verdade. Tal Igreja recebe as chaves do Reino dos Céus e tem autoridade para ‘ligar e desligar’ as coisas celestiais e terrenas.
O máximo que os homens podem entender na sua capacidade humana a parte da revelação de Deus é que Jesus foi um bom homem ou profeta. Mas, por revelação divina entendemos e o recebemos como filho de Deus e Messias.
Uma vez que Jesus se revelou pelo Pai e pelo Espírito que Ele é o Cristo, então Ele passa a declarar as coisas que ainda restavam acontecer a fim de que cumprisse seu ministério terreno, ou seja, começa a declarar os propósitos de sua ‘paixão sacrificial’, ‘ sua morte vicária’ e ‘vitória sobre a morte e pecado através da ressurreição’.
Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. Mt.16.21.
 
ANÁLISE E CARACTERÍSTICAS.
UMA VISÃO HUMANA E CONTRADIÇÃO COM A REVELAÇÃO DIVINA
            Todavia, à medida que Jesus relatava as coisas que estavam por vir em seu ministério sacrificial, Pedro que não entendia estes propósitos, passava a aconselhá-lo com medidas humanitárias e de autopreservação. Mas, estes conselhos, na verdade, só visavam tirar Jesus do foco e do propósito principal: A cruz!
“22  E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.” Mt.16.22
“4  Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias.” Mt.17.4
            A resposta de Jesus foi clara acerca desta atitude de Pedro:
“23  Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” Mt.16.23

CLASSIFICAÇÃO.
            Isto porque, como homens naturais e não espirituais temos a tendência de cogitais as coisas, de Deus sob uma ótica humana e não espiritual. Somos inclinados a ver as coisas de forma natural e não sob o prisma divino. Pois um olhar divino revela as grandiosidades de seus propósitos, mas um olhar humano busca tão somente a “autopreservação - Mt.16.22 e o bem estar - Mt.17.4”.
            Assim somos constantemente impedidos de fluir na vontade divina por causa de nosso senso de autopreservação e bem estar. Ou seja, o nosso EGO luta por resistir e sobreviver ante as coisas do Espírito. De sorte que o nosso EGO juntamente com a carne conspiram contra os propósitos divinos em nós.

PASSOS PARA VENCER A AUTOPRESERVAÇÃO DO EGO
            Desta forma, Jesus estabelece um critério primordial para vencermos as cogitações humanas que neutralizariam em nós a obra de Deus: “A crucificação do EGO e o negar de nossa ALMA”.
24  Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, [dia a dia Lc.9.23] tome a sua cruz e siga-me. 25  Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á [a salvará Lc.9.24]. 26  Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma [ou a causar dano a si mesmo Lc.9.25]? Ou que dará o homem em troca da sua alma? Mt.16.24-26.

            Podemos perceber que vencer autopreservação e o negar da alma torna-se imprescindível para se tornar discípulo de Jesus. Na verdade, existem muitos que querem tornar-se discípulo de Jesus, mas recusam-se a negar a si mesmos. Permanecem fazendo a obra de Deus e simultaneamente alimentando o EGO com seus interesses e ambições.
            Por isso deve haver uma postura diária de crucificação do EGO e suas inclinações para que a vontade do Espírito em nosso homem espiritual prevaleça.
            É através da renúncia da vontade da alma que nós a salvamos, pois a alma precisa ser curada e liberta de suas próprias intenções carnais. A alma entregue a sua própria vontade tende a se corromper e ser inclinada ao inferno, como pedra tende a se inclinada ao chão quando lançada acima.
            Mas, em Jesus temos a chave para restauração e libertação das ambições da alma para uma vida cheia de alegria na vontade do Espírito.
“A mortificação da carne é a vivificação do espírito”. João Calvino.

EXERCENDO A VONTADE DE DEUS ANDANDO NO ESPÍRITO
Cerca de oito dias depois de proferidas estas palavras, tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o propósito de orar. 29  E aconteceu que, enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura. Lc.9.28,29.
            Entendemos que há uma vontade de Deus para vencer as obras da carne, através da crucificação do EGO e as ambições da alma que é andar no Espírito. Através da oração somos revestidos de Deus e neutralizamos a carne.
Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne... 24  E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. 25  Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. GL 5.16,24,25.

APLICAÇÃO.
16  Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. 17  Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Gl.5.16,17.
            Temos o entendimento de que esta batalha é real e contínua, assim devemos alimentar o espírito com as coisas de Deus e extenuar a carne impedindo-a que seja alimentada em suas paixões.

13  Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Rm.8.13
14  Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15  Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. 16  O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Rm.8.14-16.

CONCLUSÃO.
            Assim, somos compungidos a andarmos no Espírito, renunciarmos nossas ambições que concorrem contra a vontade de Deus a fim de que realizemos tudo aquilo que o Senhor espera de nós.