Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro [e aos irmãos Mt.17.1] Tiago e João e levou-os sós [em particular Mt.17.1], a um alto monte [com o propósito de orar Lc.9.28]. E [aconteceu que, enquanto ele orava Lc.9.29] foi transfigurado diante deles
[a aparência do seu rosto se transfigurou Lc.9.29][resplandecia como o sol Mt.17.2]; as suas vestes tornaram-se [resplandecentes e sobremodo Mc.9.3] brancas [como a luz Mt.17.2],[como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar Mc.9.3]. E eis que apareceu-lhes [dois varões Lc.9.30][Moisés e Elias Lc.9.30 e Mt.17.3][os quais apareceram em glória Lc.9.31] e estavam falando com Jesus
[da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém Lc.9.31]. [Pedro e seus companheiros achavam-se premidos de sono; mas,
conservando-se acordados, viram a sua glória e os dois varões que com ele
estavam Lc.9.32]. [Ao se retirarem estes de Jesus Lc.9.33] Então, Pedro, [tomando a
palavra Mc.9.5], disse [a Jesus Mt.17.4]: Mestre, bom é estarmos aqui [se queres Mt.17.4] que façamos aqui três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, e
outra, para Elias. [Pois não sabia o que dizer, por estarem eles aterrados Mc.9.6]. [Falava ele ainda Mt.17.5] quando veio uma nuvem [luminosa Mt.17.5] que os envolveu [e encheram-se
de medo ao entrarem na nuvem Lc.9.34]; [e eis, vindo da nuvem Mt.17.5] uma voz dizia: Este é o meu Filho amado [em quem me comprazo Mt.17.5]; [o meu eleito Lc.9.35] a ele ouvi. [Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de
grande medo Mt.17.6]. [Aproximando-se deles, tocou-lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não
temais! Mt.17.7].[Depois daquela voz, achou-se Jesus sozinho Lc.9.36]. E, de relance, [levantando os olhos Mt.17.8] olhando ao redor, a ninguém
mais viram com eles, senão Jesus. Ao
descerem eles do monte, ordenou-lhes Jesus que a ninguém divulgassem as coisas
que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os
mortos. [Eles calaram-se e, naqueles dias, a ninguém contaram coisa alguma do
que tinham visto Lc.9.36]. Harmonia dos Evangelhos
Sinópticos.
OBJETIVO.
Esta é
ministração aborda sobre um dos momentos mais sublimes do ministério terrenal
de Jesus e sua sequência visando extrair esclarecimentos sobre esta revelação e
seus benefícios.
INTRODUÇÃO.
O CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
Jesus leva seus discípulos para o
ponto mais norte e alto de todo território de Israel, sua intenção com esta
jornada foi revelar aquilo que seria o
ponto máximo da revelação do Evangelho.
Desta forma, Ele resolve se retirar
ao ponto mais alto de Israel, isto é, ao Monte Hermom (OBS: Alguns consideram o
monte Tabor ) para buscar mais da presença do Pai e ter um período de oração.
O CONTEXTO TEOLÓGICO DA REVELAÇÃO
Esta incursão começa em Mt.15.39
quando em Magadã os fariseus pedem um sinal do céu. Jesus contesta estes
fariseus afirmando que o sinal que lhes dará será o sinal de Jonas, ou seja,
assim como Jonas esteve três dias sepultado no ventre do peixe e depois
retornou, assim Jesus seria sepultado e
ao terceiro dia ressuscitaria.
Após este episódio, Jesus conduz seus
discípulos à região mais norte de Israel, a Cesaréria de Filipo Mt.16.13. Lá
ele instrui acerca da mais alta revelação do Evangelho: “Que Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo!” Mt.16.16
16 Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Então,
Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e
sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre
esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela. Mt.16.16-18.
A revelação de que ‘Jesus é o Cristo,
o filho do Deus vivo’ é o cerne do Evangelho, do qual nEle mesmo edificará sua
Igreja, pois Ele é a Rocha, a pedra angular; e nesta revelação as portas do
inferno jamais prevalecerão contra a Igreja que detém e anda nesta verdade. Tal
Igreja recebe as chaves do Reino dos Céus e tem autoridade para ‘ligar e
desligar’ as coisas celestiais e terrenas.
O máximo que os homens podem entender
na sua capacidade humana a parte da revelação de Deus é que Jesus foi um bom
homem ou profeta. Mas, por revelação divina entendemos e o recebemos como filho
de Deus e Messias.
Uma vez que Jesus se revelou pelo Pai
e pelo Espírito que Ele é o Cristo, então Ele passa a declarar as coisas que
ainda restavam acontecer a fim de que cumprisse seu ministério terreno, ou
seja, começa a declarar os propósitos de sua ‘paixão sacrificial’, ‘ sua morte
vicária’ e ‘vitória sobre a morte e pecado através da ressurreição’.
Desde esse tempo,
começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir
para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e
dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. Mt.16.21.
ANÁLISE E
CARACTERÍSTICAS.
UMA VISÃO HUMANA E CONTRADIÇÃO COM A
REVELAÇÃO DIVINA
Todavia, à
medida que Jesus relatava as coisas que estavam por vir em seu ministério
sacrificial, Pedro que não entendia estes propósitos, passava a aconselhá-lo
com medidas humanitárias e de autopreservação. Mas, estes conselhos, na
verdade, só visavam tirar Jesus do foco e do propósito principal: A cruz!
“22
E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de
modo algum te acontecerá.” Mt.16.22
“4
Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom
é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra
para Moisés, outra para Elias.” Mt.17.4
A resposta de Jesus foi clara acerca
desta atitude de Pedro:
“23
Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim
pedra de tropeço, porque não cogitas das
coisas de Deus, e sim das dos homens.” Mt.16.23
CLASSIFICAÇÃO.
Isto porque,
como homens naturais e não espirituais temos a tendência de cogitais as coisas,
de Deus sob uma ótica humana e não
espiritual. Somos inclinados a ver as coisas de forma natural e não sob o
prisma divino. Pois um olhar divino revela as grandiosidades de seus
propósitos, mas um olhar humano busca tão somente a “autopreservação - Mt.16.22 e
o bem estar - Mt.17.4”.
Assim somos
constantemente impedidos de fluir na vontade divina por causa de nosso senso de
autopreservação e bem estar. Ou seja, o nosso EGO luta por resistir e
sobreviver ante as coisas do Espírito. De sorte que o nosso EGO juntamente com
a carne conspiram contra os propósitos divinos em nós.
PASSOS
PARA VENCER A AUTOPRESERVAÇÃO DO EGO
Desta forma,
Jesus estabelece um critério primordial para vencermos as cogitações humanas
que neutralizariam em nós a obra de Deus: “A crucificação do EGO e o negar de
nossa ALMA”.
24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, [dia a dia Lc.9.23] tome a sua cruz e siga-me.
25 Porquanto, quem quiser salvar a sua
vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á [a salvará Lc.9.24]. 26 Pois que aproveitará o homem se ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma [ou a causar dano a si mesmo Lc.9.25]? Ou que dará o homem em
troca da sua alma? Mt.16.24-26.
Podemos
perceber que vencer autopreservação e o negar da alma torna-se imprescindível
para se tornar discípulo de Jesus. Na verdade, existem muitos que querem
tornar-se discípulo de Jesus, mas recusam-se a negar a si mesmos. Permanecem
fazendo a obra de Deus e simultaneamente alimentando o EGO com seus interesses
e ambições.
Por isso
deve haver uma postura diária de crucificação do EGO e suas inclinações para
que a vontade do Espírito em nosso homem espiritual prevaleça.
É através da
renúncia da vontade da alma que nós a salvamos, pois a alma precisa ser curada e
liberta de suas próprias intenções carnais. A alma entregue a sua própria
vontade tende a se corromper e ser inclinada ao inferno, como pedra tende a se
inclinada ao chão quando lançada acima.
Mas, em
Jesus temos a chave para restauração e libertação das ambições da alma para uma
vida cheia de alegria na vontade do Espírito.
“A mortificação da
carne é a vivificação do espírito”. João Calvino.
EXERCENDO
A VONTADE DE DEUS ANDANDO NO ESPÍRITO
Cerca de oito dias depois de proferidas
estas palavras, tomando consigo a Pedro, João e Tiago, subiu ao monte com o
propósito de orar. 29 E aconteceu que,
enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes
resplandeceram de brancura. Lc.9.28,29.
Entendemos
que há uma vontade de Deus para vencer as obras da carne, através da
crucificação do EGO e as ambições da alma que é andar no Espírito. Através da
oração somos revestidos de Deus e neutralizamos a carne.
Digo, porém: andai no Espírito e jamais
satisfareis à concupiscência da carne... 24
E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e
concupiscências. 25 Se vivemos no
Espírito, andemos também no Espírito. GL 5.16,24,25.
APLICAÇÃO.
16
Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da
carne. 17 Porque a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que
não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Gl.5.16,17.
Temos o
entendimento de que esta batalha é real e contínua, assim devemos alimentar o
espírito com as coisas de Deus e extenuar a carne impedindo-a que seja
alimentada em suas paixões.
13
Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se,
pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Rm.8.13
14
Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
15 Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito
de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. 16 O próprio Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus. Rm.8.14-16.
CONCLUSÃO.
Assim, somos compungidos a andarmos no Espírito,
renunciarmos nossas ambições que concorrem contra a vontade de Deus a fim de que
realizemos tudo aquilo que o Senhor espera de nós.