17 de jan. de 2016

FÉ EXPRESSADA PELO AMOR

28 Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos? 29  Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! 30  Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. 31  O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. 32  Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele, 33  e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios. 34  Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo. Mc.12.28-34.

OBJETIVO.

Venho tratar neste sermão sobre a importância do cristão expressar sua fé e salvação concedida por Cristo através do amor, pelo qual, Deus outorgou a ele. Nosso objetivo é que você possa ter compreensão do que é corresponder a Cristo com amor, excelência e dedicação, a fim de que Deus seja glorificado através de sua vida.

INTRODUÇÃO.

Desde o momento em que aceitamos a Jesus Cristo, Deus nos desperta um desejo ardente de estar com Ele e servi-lo com todo carinho e atenção. Este afeto surge como reconhecimento e retribuição por todo amor e bondade que Deus expressou através de seu ato misericordioso de perdão e salvação oferecido por Cristo na cruz do calvário.
Deus espera que tudo o que façamos a Ele seja uma expressão de gratidão fundamentada em nosso amor recíproco numa fé atuante voltada para a consciência do que é graça e não por regime da lei.
Desta forma, o amor é a essência de tudo aquilo que rege e tange a fé. O cumprimento da vontade divina está não só nas coisas que fazemos ou deixamos de fazer; mas, principalmente, no quanto de amor depositamos naquilo que fazemos para o Senhor.
8  A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. 9  Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 10  O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor. Rm.13.8-10.
Observe, conforme o texto acima, como Deus encerra o regime da Lei através de uma prática que deva ser exercitada em amor.
Portanto, para o cumprimento de Sua vontade não se leva em consideração apenas a eficiência, justiça, bondade ou capacidade; mas, principalmente, a resposta de gratidão que damos àquilo que Deus realizou através de sua graça fundamentada em seu amor.

DEFINIÇÕES.

Este sentimento de gratidão é derivado do entendimento de nosso estado de graça, o qual recebemos de forma imerecida através do amor favorável e soberano de Deus e da obra redentora de Jesus.
Ou seja, essa gratidão começa por um esclarecimento do que é Graça Divina, isto é, do amor imerecido (gratuito) de Deus por nós; assim nos evoca um sentimento de favor e contentamento (fomos agraciados por Ele).
Tal gratidão proporciona amor, contentamento e felicidade em meio a uma sociedade cada vez mais desafetuosa e exigente; mas, quando o cristão persevera em gratidão ele, por fim, redundará em contentamento, felicidade e alegria.

ANÁLISE E CARACTERÍSTICAS.

    Sim, é por causa desse amor oriundo da gratidão a Deus, fundamentado na Sua graça, que faz com que o cristão seja grato , animado , alegre e descontraído. Um legítimo filho de Deus que serve com uma vida de fé voltada para o voluntariado na consciência dessa mesma graça e não no regime da lei com suas técnicas impositivas de coerção.
Um cristão que ama, está atento, valoriza e se relaciona com as pessoas, que desperta o cuidado, o acompanhamento, o amor fraternal solidário; que valoriza e se relaciona com as pessoas pelo que elas são, não por suas posses, interesses ou desempenho. Que exerce suas atividades de fé não com interesse econômico ou obrigatoriedade; mas, no voluntariado pela graça.
Cujo cristão serve como exemplo para serviço, abnegação, companheirismo e dedicação com uma postura despojada e descontraída, tal qual era Jesus em seu ministério terreno.
Um cristão livre de preconceitos religiosos excludentes, o qual vai ao alcance dos perdidos levando o amor de Deus.

CLASSIFICAÇÃO.

Agora, se você sente dificuldade para ser assim? Isto porque sua vida cristã ainda está mais para um dever religioso e cumprimento da lei do que para um prazer e expressão de alegria em Deus!
Tal esfriamento da essência da fé e da amor rumo a religiosidade pode vir por várias razões.
  1. PELA PERDA IMPERCEPTÍVEL DO AMOR.

Pode vir quando a pessoa deixa de se relacionar com Deus por amor nesse entendimento que está em estado de graça. Assim, por se sentir legitimado como filho, passa a buscar agora os seus direitos e exigir aquilo que doravante era favor. Por conseguinte começa a perder o prazer de estar na presença de Deus e começa a buscá-lo por uma questão de responsabilidade e aparência espiritual.
  1. POR UMA QUESTÃO DE TRANSIÇÃO PARA FIDELIDADE.

Após esse estágio da perda do prazer, surge, portanto, certos questionamentos que vinculam as pessoas a estarem com Deus mais questões de fidelidade; pois, o mesmo passa a se relacionar com Deus num estágio mais de compromisso do que por amor; isto é, mesmo que não haja mais aquele nível da prazer ou amor por Deus, o indivíduo continua a buscar a Deus por um senso de fidelidade.
  1. PELA CULMINAÇÃO NO ASPECTO DE DEVER OU OBRIGAÇÃO QUE RESULTA NA RELIGIOSIDADE.  

Por fim, após contínua permanência em estágio de fidelidade, tal cristão culmina no estágio do dever; ou seja, a pessoa começa a se relacionar e servir a Deus mais por obrigação de moral e de consciência do que por vida, amor e espiritualidade.
Logo, essa busca e ação espiritual, quer seja na comunhão, quer seja na oração, ou no serviço vinculado somente a fidelidade, compromisso, dever e obrigação produz mais religiosidade do que vida com Deus! Oração, serviço e vida de fé sem amor é religiosidade!
Ora quando a pessoa chega nesse estágio de conduzir sua vida de fé por obrigação e desta forma, por religiosidade; tal pessoa necessita procurar saber o que levou a perder esse prazer de estar na presença de Deus e voltar a prática do primeiro amor.
4  Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. 5  Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. Ap 2.4,5.
O amor e prazer de estar em Deus deve ser o genuíno sentimento de todo cristão ardoroso que de fato aceitou a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal. Porventura, se você não tem mais este prazer, então aconselho você a orar, e buscar orientação divina; pois deve estar acontecendo alguma coisa errada em sua motivação espiritual.
Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, 1Jo 5:3  
O amor é mais do que um fim em si mesmo; o amor é um caminho, uma postura de vida, serve como termômetro de nossa dinâmica de vida cristã. Pois estar amadurecidos na fé e na vida cristã é andar e estar aperfeiçoado em amor.
Segui o amor...1Co 14.1a
Todos os vossos atos sejam feitos com amor. 1Co 16:14

PASSOS PARA ASSIMILAR ESSE CONHECIMENTO.

Nossa conduta através da Palavra e por meio do Evangelho deve ser com a linguagem do amor!
Que tipo de Evangelho temos anunciado: O proselitismo da “religião” ou a proclamação da “Boa Notícia”? Nossa comunicação do Evangelho ocorre com a linguagem do amor e não com a linguagem da religião!
  • Quem prega a Palavra provocando e evocando obrigação, medo e condenação anuncia somente religião e opressão. Lc. 9.54-56.
  • Quem proclama a Palavra com amor salvador anuncia Jesus e o Evangelho Libertador.
  • Nossa abordagem evangelística não pode ser preconceituosa, elitista, excludente e condenadora; mas, esclarecida, acolhedora e libertadora. Dn. 2.24,47,48; Tg. 2.8,9.
  • O descrente percebe em sua forma de compreender a linguagem, quando se prega a Palavra com a linguagem da religião e do desprezo, ou quando se anuncia o Evangelho com amor (ele é descrente e não burro).
  • Somos chamados para expressar nossa fé com amor e evangelizar. Evangelismo sem amor é religião.
34  Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. 35  Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. Jo.13.34,35.

APLICAÇÃO.

Assim, somos estimulados a falar desse Deus amoroso e reconciliador da forma correta para aqueles que realmente necessitam de Jesus. (2 Co. 5.20). O amor nos faz compartilhar as necessidades uns dos outros, não como obrigatoriedade ou coação, mas por voluntariedade, clemência e gratidão.
Nossa motivação de vida cristã e serviço não podem estar fundamentadas somente na obrigação assumida por um caráter religioso; sobretudo, nossa motivação de vida cristã e serviço devem estar fundamentadas em nosso amor a Deus.
1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. 2  Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. 3  E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. 1 Co.13.1-3.
Mas tudo o que fazemos deve ser feito tão somente por amor, não esperando receber algo em troca (Ap.4.10,11). E esse amor abnegado e fundamentado pela graça que serve de força propulsora para todas nossas atividades espirituais.
Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. 1Jo 4:7-10  
O amor a Deus deve ser uma das nossas maiores motivações para fazermos qualquer serviço na casa de Deus; por isso colocamos o amor a Deus como critério básico e principio espiritual que devemos possuir para fazer Sua obra.
A Palavra de Deus nos orienta que o amor é o vínculo de alguém que está aperfeiçoado em Deus, demonstrando que esta pessoa está bem motivada; pois possui um coração puro, uma boa consciência e uma fé não fingida.
“acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” Cl 3:14
“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.” 1Tm 1:5
O amor é o ingrediente essencial para fazermos qualquer coisa para Deus, as coisas duradouras só permanecem porque são feitas com amor; Deus só aceita as coisas feitas com muito amor. O que passa disso é religiosidade!
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.”  1Co 13:13
Logo, devemos ser constantes e crescentes nesse amor divino.
“Seja constante o amor fraternal.” Hb 13:1
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” Ef.4.15,16
“Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando,” 2Ts 1:3
  1. O OBJETIVO DE NOSSO SERVIÇO É O AMOR A DEUS.

Deus é a fonte e alvo de nossa devoção e afeto; este amor deve ser constante e cada vez mais intenso. Nós amamos a Deus, porque Ele nos amou primeiro.
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Jo 3:16
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rm 5:8
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.  Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” 1 Jo.4.10,19
2. DEVEMOS SERVIR AMANDO OS IRMÃOS.
Se amamos a Deus com todo nosso ser e devoção, então é compreensível que devamos servi-lo com este mesmo amor e devoção, amando os irmãos ao realizarmos a sua obra.
“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.” 1 Jo.4.7,8,11,12
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” Jo 13:35
O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Rm 12:9, 10  
“e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco,” 1Ts 3:12

3. OS BENEFÍCIOS DE VIVER E  SERVIR A DEUS COM AMOR

Quando servimos a Deus com amor; Ele nos galardoa por nossa disposição nos abençoando com vários privilégios, vejamos:


3.1. Perdão,

“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.”1Pe 4:8

3.2. Recompensa,

“Todos os vossos atos sejam feitos com amor.” 1Co 16:14
“Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos.” Hb 6:10
“Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada.” 1Co 9:17

CONCLUSÃO.

    O intuito desse sermão é conduzí-los ao propósito original da vida cristã que é o aumento da comunhão e do amor a Deus. Porque se você ama alguém então você vai querer estar sempre com Ele.

APELO.

Quantos querem crescer em sua consagração, intimidade e comunhão com Deus?