20 de mar. de 2011

INFLUÊNCIA APOSTÓLICA

Por Pr. Marcus Garcia




Vivemos dias em que existem muitas informações acerca do ministério apostólico na igreja, nunca como antes tem se ouvido falar tanto acerca do ministério apostólico. Sabemos que ao começar um assunto novo na igreja é natural que este assunto venha de forma exagerada até o momento em que a igreja tenha condições de trazer o equilíbrio de determinado de um conceito na casa de Deus.



Não é diferente sobre o assunto de influência apostólica, todavia, o que abordaremos nesta matéria, visa compreender o papel e a importância dos apóstolos do Cordeiro e de como estes apóstolos tem influenciado a igreja na atualidade. Sobre uma perspectiva histórica, pessoal, contemporânea e escatológica abordaremos este assunto tão complexo e fascinante estudado pela igreja na atualidade.



Para que entendamos de forma correta a real função e ministério de um apóstolo é necessário que possamos balizar nosso conhecimento tomando como exemplo os apóstolos da igreja primitiva. No tocante a estes apóstolos quero de uma maneira especial evidenciar seus três principais personagens: apóstolo Pedro, apóstolo Paulo e apóstolo João.




INFLUÊNCIA APOSTÓLICA SOBRE UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA





Influência Petrina



É indubitável o fato de sabermos que o Pedro era o principal apóstolo que influenciava a igreja primitiva. Acerca disto podemos encontrar vários versículos que corroboram sobre este assunto.



Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras... Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. At.2.14,37,38



Apegando-se ele a Pedro e a João, todo o povo correu atônito para junto deles no pórtico chamado de Salomão. À vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, por que vos maravilhais disto ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar? At.3.11,12.



Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. At.4.19,20.



antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me fora confiado, como a Pedro o da circuncisão (pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para com os gentios) e, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão; Gl.2.7-9.



Todos nós temos o conhecimento que o apóstolo Pedro era o principal, ou seja, o apóstolo mais proeminente encontrado nos primeiros anos da igreja primitiva. Poderíamos afirmar que nos seus vinte primeiros anos de história de igreja, esta igreja primitiva possuía a marca e o perfil, para não dizer, influência apostólica de Pedro. Isto perdurara durante o período em que a igreja era predominantemente judaica ou judaizante. Isto ocorrerá até por volta dos anos 50 depois de Cristo. Donde se estabelecera o primeiro concílio da igreja em Jerusalém.

Umas das características que identifica a influência apostólica de Pedro sem dúvida era a graça que Pedro possuía em seu ministério pessoal através de milagres e liberação de poder. Podemos afirmar que a mesma graça que recaía sobre Pedro era sem dúvida a mesma graça que possuía a igreja primitiva em seus vinte primeiros anos. Por conseguinte podemos afirmar que a influência apostólica de Pedro estava diretamente relacionada com a graça e dons que ele recebera de nosso Senhor Jesus Cristo. Da mesma forma podemos afirmar que a igreja primitiva em seus vinte primeiros anos se caracterizava pela evidencia de milagres e manifestação de poder, assim como Pedro.



Influência Paulina



Semelhante a Pedro que influenciara a igreja primitiva em seus vinte primeiros anos, também o apóstolo Paulo começava a influenciar a igreja primitiva a partir do primeiro concílio da igreja em Jerusalém, principalmente naquelas igrejas oriundas dos gentios. Podemos afirmar que a influência apostólica da igreja primitiva passara por uma transição de influência apostólica petrina para uma influência apostólica paulina.



Uma das características que identificava à influência apostólica paulina era a capacidade organizacional que Paulo conseguia estruturar uma igreja implantada por ele. Semelhantes a Pedro, aquelas características pessoais que marcavam a influência e a personalidade de Paulo também poderiam ser vista através de sua influência apostólica. Se pudéssemos caracterizar a graça de Paulo certamente seria no tocante à estruturação e organização eclesiástica. Esta era a marca dos dons e do ministério de Paulo, bem como, de sua influência apostólica. Sem dúvida a igreja primitiva passou a se estruturar e organizar a partir dos anos 50 d.C.



Afirmamos que igreja primitiva passou por um período de transição de influência apostólica que perdurava até o ano 68 d.C. com o martírio do apóstolo Paulo.




Influência Joanina



Após o martírio de Paulo e Pedro, bem como, o envio apostólico daqueles apóstolos do cordeiro. João começa a ter proeminência em meio a igreja primitiva, à medida que o anos passam cada vez mais a igreja passa por este processo de transição apostólica. É de nosso conhecimento que na virada do século I, João era o único apóstolo do cordeiro que permanecia vivo. Assim, João passa a ter a completa influencia apostólica sobre a igreja primitiva na virada do século.



O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem eu amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, 2 Jo.1.1



Uma das características que podia identificar a influência apostólica de João sobre a igreja primitiva era também sua principal marca como ministério pessoal e dom que recebera de nosso senhor Jesus Cristo, isto é, a intimidade e experiência.



De fato, a marca da igreja primitiva após o suplício de seus principais apóstolos está na intimidade e experiência que a igreja primitiva passara através daquele tenebroso período de perseguição. A perseguição na igreja primitiva no final do primeiro século trouxe sem dúvida um nível profundo de intimidade e experiência com Deus como nunca visto antes. e João foi responsável por conduzir esse de rebanho em um período tão delicado da igreja de nosso senhor Jesus Cristo. Sem dúvida Jesus não deixou sua igreja órfã de influência apostólica.




INFLUÊNCIA APOSTÓLICA SOBRE UMA PERSPECTIVA PESSOAL



Da mesma forma que a igreja primitiva passou pelo processo de transição de influência apostólica, assim, podemos afirmar que muitos indivíduos que passam pelo processo de conversão e salvação fundamentado na pessoa de nosso senhor Jesus Cristo experimentam estas fases do crescimento individual.



É natural imaginar que a maioria daqueles que são novos convertidos vem para Jesus Cristo atrás ou em busca de algum milagre ou manifestação de poder. Quantos de nós viemos para Jesus porque as coisas estavam bem? Todavia, podemos assegurar que a grande maioria das pessoas de fato veio para Jesus em momento de aflição. Podemos afirmar que estamos vivenciando uma experiência fundamentada na teologia petrina.



Entretanto, na medida em que crescemos na fé urge a necessidade de estruturação na palavra e organização pessoal, assemelhando-se à influência apostólica de Paulo. Somos orientados a crescer nos ministérios da igreja, bem como, nos preparar através do ensino e do aprendizado da Palavra.



Todavia, à medida que os anos passam, sentimos a necessidade de buscar maior intimidade e experiência com Deus semelhante à experiência ensinada pelo apóstolo João em sua primeira epístola.



Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome. Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno. Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno. 1 Jo.2.12-14.




INFLUÊNCIA APOSTÓLICA SOBRE UMA PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA



Da mesma forma que percebemos a existência da influência apostólica na igreja primitiva, desta mesma forma podemos presenciar uma influência apostólica nas igrejas da atualidade. Ora quando falamos de influência apostólica, ainda que cada respectiva igreja possa ter os seus próprios apóstolos com seus talentos e habilidades pessoais que tocam suas igrejas ou denominações, todavia, a influência apostólica que refiro tem a ver com as influências apostólicas dos apóstolos do cordeiro.



Talvez você venha me indagar: Como pode os apóstolos do cordeiro ainda influenciar as igrejas na atualidade? Sim, eles continuam a influenciar através dos escritos da Sagrada Escritura e também através de sua graça ministerial que eles apresentavam em determinado momento específico da igreja, semelhante ao mesmo determinado momento específico que encontra uma igreja na atualidade.



Permita-me esclarecer: Quando uma igreja passa pelo processo de iniciação, ou seja, quando uma igreja é estabelecida ou fundamentada. Esta igreja passa pela mesma influência apostólica que a igreja primitiva passara, isto é, a grande maioria das igrejas passa por um processo de manifestações de milagres e poder em seu início ministerial, semelhante aos milagres e manifestações de poder que passara a igreja primitiva quando esta se encontrava de baixo da influenciar apostólica de Pedro.



Igualmente este processo é válido a partir do momento em que esta mesma igreja contemporânea passa pela transição de influência apostólica de milagres e poder para influenciar apostólica de estrutura e a organização. É sabido que todas as igrejas que queiram crescer de forma madura em nosso senhor Jesus Cristo devam passar por esta transição, isto é, passaram por um processo de estruturação interna. Poderíamos dizer que tal igreja passou por uma transição de influência apostólica petrina para influência apostólica paulina.



Na atualidade encontramos muitas igrejas brasileiras que se encontram nesta segunda influência apostólica, isto é, a influência apostólica paulina. É verdade, pois, em todo o tempo em que existe igreja no Brasil até hoje, nunca o apóstolo Paulo foi que é tão enaltecido e recitado no meio da igreja. Podemos conjecturar que de cada dez sermões, sete descrevem as qualidades e atributos da influência apostólica de Paulo. Isso não está errado, apenas demonstra o quanto temos desfrutado e aprendido com esta influência apostólica.



Até hoje, nunca e todos os tempos falou-se tanto acerca de estruturação, estratégia de crescimento, ou organização eclesiástica no meio da igreja. Podemos afirmar que a igreja brasileira tem vivido esta experiência e influência apostólica.



O Processo de Transição



É natural que alguns pastores na boa motivação de ver o crescimento da igreja queiram e entendam que o processo de crescimento esteja em uma destas influências apostólicas, por exemplo:



Há alguns pastores quem entende que o processo de crescimento de sua igreja se encontra na grande manifestação de milagres e liberação de poder, eles dizem consigo mesmo, que se houverem muitos milagres, então a igreja experimentará um processo de crescimento nunca visto antes.

Da mesma forma, há aqueles pastores que investem toda sua energia no processo de estruturação de igrejas como elemento fundamental no crescimento da mesma, eles presumem que pela supra-estruturação eclesiástica haverá crescimento extraordinário, assim, investem tempo e energia em estratégias de crescimento e aprimoramento da visão eclesiástica.



Outrossim, alguns pastores entendem que o crescimento das igrejas está fundamentado no grau e nível de intimidade que essa mesma igreja possa ter com Deus.



Ora, é difícil de imaginar que o processo de crescimento esteja fundamentado em apenas uma simples direção, visão estratégica ou influência apostólica; tendemos ao fato de sermos simplistas na avaliação de processo de crescimento eclesiástico. Sem levar em conta que o processo de crescimento da igreja pode ser vinculado a mais de um aspecto de crescimento ou influência apostólica.



É possível que nem todos estejam preparados ou queiram de fato passar por uma transição de influência apostólica. Isto é até compreensível, devido o fato de estar tão inseridos no momento em que suas próprias igrejas têm vivido. Aliás, quando nos encontramos em uma influência apostólica nos tornamos tão adeptos dela que quase desconsideramos qualquer outra influência, assunto ou conteúdo que não venha a seu encontro.



É comum percebermos em alguns sermões acerca da visita de Jesus a casa de Marta e Maria em Bethânia, a relação entre trabalho e intimidade que é expresso com muita propriedade. Muitos criticam a postura de Marta no tocante aos afazeres domésticos afirmando que o papel de Maria era melhor, sem dúvida, Maria escolheu a melhor parte. Todavia, Marta tem o seu papel assegurado no processo de edificação da igreja. O que vale ressaltar é que o equilíbrio é sempre melhor, Jesus não condenara a função de Marta e sim sua inquietação nesta função.



A questão preocupante não está no fato de uma igreja passar pelo processo de transição de influência apostólica para outra influência apostólica, e sim, se esta igreja tem a capacidade de passar por esta transição sem perder as características da primeira influência apostólica. Pois, lamentavelmente é visto que uma igreja pode passar de uma influência a outra e perder a aquelas características louváveis da primeira influência. Talvez este seja o maior desafio: Conseguir desfrutar de uma transição sem perder as características louváveis da influência apostólica anterior.



INFLUÊNCIA APOSTÓLICA SOBRE UMA PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA



Contudo, cabe a mim segundo o chamado profético que Deus conferiu orientar e apontar para a igreja brasileira a necessidade e acréscimo de mais uma nova influência apostólica, isto é, a influência apostólica de João. Quero antever que se aproxima uma nova influência apostólica, influência tal que convocará a igreja a andar em intimidade e experiência com Deus como nunca visto antes.



É necessário que isto aconteça, pois, assim como foi dado ao apóstolo João, sendo remanescente dos apóstolos do cordeiro, o privilégio de receber a revelação da volta de nosso Senhor Jesus Cristo. Assim como João tivera a revelação do apocalipse, da mesma forma, Deus quer preparar uma igreja que debaixo desta influência apostólica possa se ataviar como noiva para a chegada de nosso Senhor Jesus Cristo.



Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu. Ap.1.1,2.



Entendemos que a igreja que estará pronta para a chegada de seu Senhor será aquela que não estabelece uma influência apostólica acima de outra. Com isto afirmamos que nenhuma influência apostólica é superior a outra, mas que todas são necessárias para o correto crescimento, edificação e maturidade de cada igreja. Todavia, urge a necessidade da atual igreja se preparar para buscar mais intimidade e experiência com Deus.



Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! Ap.1.3-6.





Entendo que a mensagem de João as Sete Igrejas da Ásia, na verdade, não se refere apenas a uma recomendação de influência apostólica àquelas igrejas que historicamente João supervisionava ou dava cobertura direta de seu apostolado, mas pode também referir ao amplo espectro de igrejas: Tanto para com as da época da igreja primitiva, como no decorrer dos tempos e também para a igreja na atualidade. Assim torna-se condizente a todos nós que compreendemos o momento que vivemos.



Logo, brota dentro de mim a necessidade de compartilhar deste tema tão importante, tendo em vista o fato de não sabermos nem a hora, nem o dia que o Senhor Jesus Cristo virá. Todavia, uma coisa pode ser afirmada: Jesus Cristo está voltando! E Ele buscará uma noiva que se atavie para andar em comunhão, santidade e intimidade com Ele.



Maranata! 1 Co.16.22.