4 de abr. de 2013

CONDUTA CRISTÃ ENTRE FESTAS SOCIAIS


“23 Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. 24  Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem. 25  Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência; 26  porque do Senhor é a terra e a sua plenitude. 27  Se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de consciência. 28  Porém, se alguém vos disser: Isto é coisa sacrificada a ídolo, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; 29  consciência, digo, não a tua propriamente, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia? 30  Se eu participo com ações de graças, por que hei de ser vituperado por causa daquilo por que dou graças? 31  Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. 32  Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, 33  assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos.” 1 Co.10.23-33.

OBJETIVO.
Esta mensagem debate acerca da conduta do cristão em meio às festividades que ocorrem entre os familiares e na sociedade, principalmente nos períodos de finais de ano; aplica-se ao comportamento de cada cristão diante do senhorio de Jesus Cristo e da forma como se relaciona com a sociedade em que se encontra a fim de que estabeleça um testemunho promissor do Evangelho através de seu comportamento.

INTRODUÇÃO.
            Tenho constatado que muitos novos cristãos não sabem como se portar diante de seus familiares e amigos quando estão em festas familiares ou sociais.  A partir do momento que eles assumem uma posição em Cristo, tais percebem que precisam tomar novas posturas em seus aspectos sociais a fim de evidenciar que agora possuem uma nova vida e uma nova perspectiva em relação a suas atitudes.
Vejo que os neófitos, como a Bíblia os chama, possuem boa intenção no sentido de testemunhar de Cristo e demonstrar que agora são diferentes, que estão mudados para melhor. Aleluia! É isto que deve ser manifesto em Deus: que o Senhor os transformou para melhor!
Porém, a falta de conhecimento acerca da conduta cristã, ou seja, o seu pouco conhecimento acerca dos aspectos da vida cotidiana da fé o faz colocar-se com uma postura equivocada.
Tendem a cair em extremos que levam desde uma conduta semelhante a dos próprios descrentes nas práticas dos mesmos comportamentos errados que os incrédulos fazem e assim não se distingue em nada no tocante a novidade de vida que agora deveriam seguir. Ou, em outro extremo, tomam postura radical tornando-se impertinentes ou exclusivistas sendo considerados como aquelas pessoas inoportunas nas festas. Tal comportamento tende a afastar ainda mais as pessoas do Evangelho.
Enfim, neste período de confraternização de final de ano: Tanto liberalismo quanto legalismo são prejudiciais a proclamação do Evangelho.

DEFINIÇÕES.
O apóstolo Paulo escreveu estes versículos numa carta à igreja que se encontrava na cidade grega em Corinto; a qual, muitos cristãos em Corinto eram novos na fé e precisavam ser instruídos no correto ensino da Palavra. Assim, a Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios trata-se de uma carta que apresenta muitas instruções circunstanciais acerca do comportamento e da vida prática do cristão.
(Como escrevi em um sermão semelhante: “Comportamento Cristão”) Todavia, mais do que simplesmente apresentar normas rígidas de conduta moral através de uma legalidade ou liberalidade formal abstrata, Paulo consignou o tema para um nível de reflexão mais elaborado sobre os códigos, juízos, ações morais. Ou seja, a uma conotação mais profunda no campo da ética.
Assim, mais do que satisfazer o cristão de Corinto com: “Não pode isso! Não pode aquilo...” Paulo buscou como exigência às questões da “razão” ou do “porque?” de cada normativa. Por conseguinte, mais do que tratar de responder às questões do QUE DEVO FAZER. Nesta epístola o fator relevante é POR QUE DEVO AGIR ASSIM. E de que maneira este fator tornaria os princípios válidos para a localidade na igreja de Corinto.
Desta forma, tomo os princípios válidos aplicados por Paulo e contextualizo em nossa mensagem que mais do que dizer: “É PROIBIDO AO CRISTÃO...” ou “O CRISTÃO NÃO PODE ISTO OU AQUILO”!  Tal cristão deve ter consciência da correta postura ou conduta e colocar-se de forma sábia afim de que seu posicionamento não venha afastar os descrentes, mas aproximá-los ao evangelho.

ANÁLISE E CARACTERÍSTICAS.
“23 Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. 24  Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem.”1 Co.10.23,24.
Perceba que o argumento de Paulo acima tinha um “valor ético” e “um propósito” que norteava sua vida. Seu valor ético é que ele desfrutava de uma liberdade em fé, mas usava desta liberdade somente para coisas que o edificavam. E seu propósito era através de sua atitude não buscar aquilo que somente lhe interessava, mas buscava o que aos olhos de Deus era interessante ao outro, ou seja, propiciava meios para evangelização, como escreveu em alguns versículos adiante:
Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. 1 Coríntios 9:22 
Portanto, para seguir o exemplo de Paulo é necessário que o cristão venha ter uma postura evangelística sem religiosidade ou legalismo diante do descrente. O cristão deve entender que a pessoa, ou familiar, ou amigo que agora ele chama religiosamente de: ímpio, ou descrente, ou incrédulo, ou pagão, ou mundano, ou qualquer outro nome que de forma pejorativa que ele possa usar. São na verdade para Deus: “um novo convertido em potencial”!
Porque se você os vê e os chama como estes predicados acima; você sempre os verá assim e desta forma diminuirá a possibilidade de evangelismo e conversão. Mas, se pela fé, você vê seus familiares ou amigos como convertidos; então aumenta as possibilidades de evangelizá-los e levá-los ao entendimento do amor de Deus e de suas transformações.

O QUE FAZER QUANDO NOS OFERECEM COISAS QUE DESAGRADAM A DEUS OU A FÉ

            Um aspecto importante a ser considerado nestas festas é o constante oferecimento de bebidas ou coisas que não estão de acordo com as Escrituras ou com a expressão de nossa fé. Tais situações também ocorriam nas festividades que os coríntios participavam. O conselho de Paulo baseava-se em dois pontos: Quando era oferecido de forma inconsciente ou de forma consciente.
Na forma inconsciente ele explica:
25  Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência; 26  porque do Senhor é a terra e a sua plenitude. 27  Se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de consciência... 30  Se eu participo com ações de graças, por que hei de ser vituperado por causa daquilo por que dou graças? 31  Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.  1 Co.10.25-27,30,31.
Mas, na forma consciente ele orienta:
28  Porém, se alguém vos disser: Isto é coisa sacrificada a ídolo, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; 29  consciência, digo, não a tua propriamente, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia?

            A “forma de como você reagirá a este oferecimento” determinará a melhor saída para resolver a questão de se posicionar de modo correto ante ao oferecimento de algo que desagrade a Deus ou que venha a ser contrária a razão de nossa fé.
            O cristão não precisa dizer: “CRENTE NÃO PODE COMER OU BEBER ISTO...” ou “A MINHA RELIGIÃO NÃO PERMITE!” Mas, com sabedoria ele pode declinar o oferecimento dizendo gentilmente: “MUITO OBRIGADO! MAS EU PREFIRO COMER ou BEBER AQUILO...” ou “AGORA EU ESTOU MAIS DISPOSTO A COMER ou BEBER AQUILO OUTRO”. Se o anfitrião é uma pessoa elegante; ele certamente irá respeitar teu paladar!
Todavia: Se as pessoas se portarem inconvenientemente e de forma rude insistirem que você não come ou bebe aquilo porque agora é crente. Então você, em amor e com educação explicará quenão fazemos as coisas porque tais nos são proibidas, mas nós tomamos a atitude de não fazermos determinadas coisas por que”:

a)      Não queremos comer ou beber isto, ou seja, temos domínio próprio. A liberdade no dá o direito de não praticar o que não queremos.
Não sou eu, porventura, livre? 1 Co.9.1
b)      Porque sabemos que estes elementos podem não fazem bem; assim, cuidamos de nossa saúde e bem estar.
Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. 3 Jo.1.2
c)      Nós queremos ser exemplos e espelhos para nossa família e nossos filhos; assim evitamos qualquer inoportuno.
9  Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos... 13  E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo. 1 Co.8.9,13
d)      O cristão anela uma conduta moral elevada a fim de enobrecer seu comportamento, por isso escolhemos nossos comportamentos.
Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas... Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. 1 Coríntios 6:12; 10:23
e)      O mais, importante: porque sabemos que tais atitudes podem desagradar a Deus e em amor não queremos desapontá-lo.

APLICAÇÃO EM RELAÇÃO ESPECÍFICA A BEBIDAS ALCOÓLICAS E DISCOTECAS

Nós como igreja temos postura fundamentada nos critérios acima citados do porque não ingerimos bebidas alcoólicas. Embora, sabemos que existem cristãos que assim o ingerem: (Cabe a nós dar o conselho através do exemplo de Sansão em alegoria ao cidadão que gosta de andar na margem de seus territórios e limites morais Jz.14.15.)
CONSELHO E ENSINAMENTO BÍBLICO SOBRE INGESTÃO DE VINHO:
Sabemos e temos conhecimento que até o próprio Senhor Jesus Cristo bebia vinho (há alguns que conjecturam o fato de tal vinho não ter teor alcoólico, sobre o qual não existam evidências sustentáveis para poder comprovar como tendo ou não). Contudo, igualmente temos conhecimento que o Senhor Jesus Cristo se dominava quanto ao consumo do vinho.
“18  Pois veio João, que não comia nem bebia, e dizem: Tem demônio! 19  Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras.” Mt.11.18,19.
“deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber”.Mt.27.34.

Todavia, nossa postura como conhecedores da Palavra está fundamentada no correto testemunho a exemplo da possibilidade de mau exemplo dado por Noé (Gn.9.20,21) que como cristãos devemos nos apresentar com decoro e exemplo, além do fato de estarmos proibido por lei de dirigirmos depois.
“21  É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer.” Rm.14.21.
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito,”  Ef.5.18.
“29 Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos vermelhos? 30  Para os que se demoram em beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada. 31  Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. 32  Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. 33  Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades. 34  Serás como o que se deita no meio do mar e como o que se deita no alto do mastro 35  e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando despertarei? Então, tornarei a beber.” Pv.23.29-35.
Respeitamos o posicionamento tomado por cada igreja. Mas nós aplicamos o princípio dos Recabitas que está em Jeremias capítulo 35 no entendimento que HÁ BENÇÃO DE DEUS NO RESPEITO À AUTORIDADE DAS LIDERANÇAS, que mesmo com orientações humanas nos admoestam acerca do consumo de vinho.
2  Vai à casa dos recabitas, fala com eles, leva-os à Casa do SENHOR, a uma das câmaras, e dá-lhes vinho a beber... 6  Mas eles disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos;... 8  Obedecemos, pois, à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas;... 18  À casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus preceitos, e tudo fizestes segundo vos ordenou, 19  por isso, assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe, filho de Recabe, que esteja na minha presença.

O CRISTÃO E SUA PRESENÇA EM MEIO ÀS MÚSICAS SECULARES E FESTIVIDADES QUE TERMINAM EM REUNIÃO DANÇANTE:

É triste observar que há muitos cristãos que voluntariamente escutam músicas seculares! Sabemos que existem momentos que não podemos evitar como: estar num metrô, supermercados, etc. Mas, falo daqueles que tem álbuns e CDs seculares em casa ou participam de reunião dançante e momentos de baladas nas festas e isto com música mundana. Assim, descontrói tudo o que antes tentou edificar pelo testemunho. Falarei a diante sobre o momento oportuno para sair das festas.

PASSOS PARA SE TORNAR EFICIENTE TESTEMUNHA DE JESUS EM FESTAS SOCIAIS

- Seja proativo em oração: Aproveite a oportunidade para orar por cada pessoa que você sabe que estará naquela reunião antes de ir a uma festividade. Peça a Deus uma oportunidade de com sabedoria expor a razão de vossa fé.

1  Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens... 3  Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 1 Tm.2.1,3.

- Seja atencioso! Demonstre interesse e valor pelas pessoas, elogie-os, seja otimista e encorajador para com eles; “dar atenção” para as pessoas é algo muito elegante, além disso, no íntimo você sabe que estas pessoas são preciosas para Deus.
A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um. Colossenses 4:6 

- Seja cortês nas festas. A cortesia no trato e na forma de prestação de serviço além de aumentar teu prestígio diante de outros convidados, também é uma poderosa ferramenta de evangelismo. Nunca seja deselegante ou sem educação!
tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Mateus 20:28 

- Aproveite as oportunidades de forma sensata.  Não seja ansioso, ou pedante, tampouco insistente! As oportunidades vão surgir, até porque teus familiares sabem que você mudou de fé e com certeza eles vão puxar este assunto; assim quando falares, não pagará pelo ônus de ter começado o assunto; assim como eles perguntaram, vão ter que de forma educada continuar a ouvi-lo.
antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, 1 Pe. 3.15 

- Vestir-se adequadamente a ocasião. Com decência, higiene e elegância, sem aparentar-se como maltrapilho ou desleixado da festa. 

- Saber à hora de sair da festa. Penso que o cristão deva ter bom senso de participar de uma festividade em um período agradável e salutar, evangelizar em momento oportuno; mas chegar ao anfitrião e despedir-se com elegância dele e dos demais quando tal ambiente começar a tornar-se inoportuno.

CONCLUSÃO.

            Logo, com esta mensagem orientamos cada cristão a ter maturidade espiritual e saber se portar diante de nosso senhor Jesus Cristo, de seus familiares, dos amigos e da sociedade. Bem como, através desta maturidade expressar de forma inteligente toda sua paixão na evangelização e salvação das almas estabelecendo um testemunho promissor e uma mensagem consistente na proclamação do Evangelho.
(PARA INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES LEIA O SERMÃO: “COMPORTAMENTO CRISTÃO”)

APELO.
Quantos querem aceitar a Jesus? E quantos querem ser testemunhas promissoras de Jesus nestas festividades?