“23 Todas as coisas são lícitas, mas nem
todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. 24 Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim
o de outrem. 25 Comei de tudo o que se
vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência; 26 porque do Senhor é a terra e a sua plenitude.
27 Se algum dentre os incrédulos vos
convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada
perguntardes por motivo de consciência. 28
Porém, se alguém vos disser: Isto é coisa sacrificada a ídolo, não
comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; 29 consciência, digo, não a tua propriamente,
mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela
consciência alheia? 30 Se eu participo
com ações de graças, por que hei de ser vituperado por causa daquilo por que
dou graças? 31 Portanto, quer comais,
quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
32 Não vos torneis causa de tropeço nem
para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, 33 assim como também eu procuro, em tudo, ser
agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para
que sejam salvos.” 1 Co.10.23-33.
OBJETIVO.
Esta mensagem debate acerca da conduta do cristão
em meio às festividades que ocorrem entre os familiares e na sociedade,
principalmente nos períodos de finais de ano; aplica-se ao comportamento de
cada cristão diante do senhorio de Jesus Cristo e da forma como se relaciona
com a sociedade em que se encontra a fim de que estabeleça um testemunho
promissor do Evangelho através de seu comportamento.
INTRODUÇÃO.
Tenho constatado que muitos novos
cristãos não sabem como se portar diante de seus familiares e amigos quando
estão em festas familiares ou sociais. A
partir do momento que eles assumem uma posição em Cristo, tais percebem que
precisam tomar novas posturas em seus aspectos sociais a fim de evidenciar que
agora possuem uma nova vida e uma nova perspectiva em relação a suas atitudes.
Vejo que os neófitos, como a Bíblia os chama,
possuem boa intenção no sentido de testemunhar de Cristo e demonstrar que agora
são diferentes, que estão mudados para melhor. Aleluia! É isto que deve ser
manifesto em Deus: que o Senhor os transformou para melhor!
Porém, a falta de conhecimento acerca da conduta
cristã, ou seja, o seu pouco conhecimento acerca dos aspectos da vida cotidiana
da fé o faz colocar-se com uma postura equivocada.
Tendem a cair em extremos que levam desde uma conduta
semelhante a dos próprios descrentes nas práticas dos mesmos comportamentos
errados que os incrédulos fazem e assim não se distingue em nada no tocante a
novidade de vida que agora deveriam seguir. Ou, em outro extremo, tomam postura
radical tornando-se impertinentes ou exclusivistas sendo considerados como aquelas
pessoas inoportunas nas festas. Tal comportamento tende a afastar ainda mais as
pessoas do Evangelho.
Enfim, neste período de confraternização de final
de ano: Tanto liberalismo quanto legalismo são prejudiciais a
proclamação do Evangelho.
DEFINIÇÕES.
O apóstolo Paulo escreveu estes versículos numa
carta à igreja que se encontrava na cidade grega em Corinto; a qual, muitos
cristãos em Corinto eram novos na fé e precisavam ser instruídos no correto
ensino da Palavra. Assim, a Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios trata-se
de uma carta que apresenta muitas instruções circunstanciais acerca do
comportamento e da vida prática do cristão.
(Como escrevi
em um sermão semelhante: “Comportamento Cristão”) Todavia, mais do que
simplesmente apresentar normas rígidas de conduta moral através de uma
legalidade ou liberalidade formal abstrata, Paulo consignou o tema para um
nível de reflexão mais elaborado sobre os códigos, juízos, ações morais. Ou
seja, a uma conotação mais profunda no
campo da ética.
Assim, mais do que satisfazer o cristão de Corinto
com: “Não pode isso! Não pode aquilo...” Paulo buscou como exigência às
questões da “razão” ou do “porque?” de cada normativa. Por conseguinte, mais do
que tratar de responder às questões do QUE DEVO FAZER. Nesta epístola o fator
relevante é POR QUE DEVO AGIR ASSIM. E de que maneira este fator tornaria os
princípios válidos para a localidade na igreja de Corinto.
Desta forma, tomo os princípios válidos aplicados
por Paulo e contextualizo em nossa mensagem que mais do que dizer: “É PROIBIDO
AO CRISTÃO...” ou “O CRISTÃO NÃO PODE ISTO OU AQUILO”! Tal cristão deve ter consciência da correta
postura ou conduta e colocar-se de forma sábia afim de que seu posicionamento não venha afastar os descrentes, mas aproximá-los ao
evangelho.
ANÁLISE E
CARACTERÍSTICAS.
“23
Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem
todas edificam. 24 Ninguém busque o seu
próprio interesse, e sim o de outrem.”1 Co.10.23,24.
Perceba que o argumento de Paulo acima tinha um
“valor ético” e “um propósito” que norteava sua vida. Seu valor ético é que ele
desfrutava de uma liberdade em fé, mas usava desta liberdade somente para
coisas que o edificavam. E seu propósito era através de sua atitude não buscar
aquilo que somente lhe interessava, mas buscava o que aos olhos de Deus era
interessante ao outro, ou seja, propiciava meios para evangelização, como
escreveu em alguns versículos adiante:
Fiz-me tudo para com todos, com o fim de,
por todos os modos, salvar alguns. 1 Coríntios 9:22
Portanto, para seguir o exemplo de Paulo é
necessário que o cristão venha ter uma postura evangelística sem religiosidade
ou legalismo diante do descrente. O cristão deve entender que a pessoa, ou
familiar, ou amigo que agora ele chama religiosamente de: ímpio, ou descrente,
ou incrédulo, ou pagão, ou mundano, ou qualquer outro nome que de forma pejorativa
que ele possa usar. São na verdade para Deus: “um novo convertido em potencial”!
Porque se você os vê e os chama como estes predicados
acima; você sempre os verá assim e desta forma diminuirá a possibilidade de
evangelismo e conversão. Mas, se pela fé,
você vê seus familiares ou amigos como convertidos; então aumenta as
possibilidades de evangelizá-los e levá-los ao entendimento do amor de Deus e de
suas transformações.
O QUE FAZER QUANDO NOS OFERECEM COISAS QUE
DESAGRADAM A DEUS OU A FÉ
Um aspecto
importante a ser considerado nestas festas é o constante oferecimento de
bebidas ou coisas que não estão de acordo com as Escrituras ou com a expressão
de nossa fé. Tais situações também ocorriam nas festividades que os coríntios
participavam. O conselho de Paulo baseava-se em dois pontos: Quando era
oferecido de forma inconsciente ou de forma consciente.
Na forma inconsciente ele explica:
25
Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por
motivo de consciência; 26 porque do
Senhor é a terra e a sua plenitude. 27
Se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de
tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de
consciência... 30 Se eu participo com
ações de graças, por que hei de ser vituperado por causa daquilo por que dou
graças? 31 Portanto, quer comais, quer
bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. 1 Co.10.25-27,30,31.
Mas, na forma consciente ele orienta:
28
Porém, se alguém vos disser: Isto é coisa sacrificada a ídolo, não
comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; 29 consciência, digo, não a tua propriamente,
mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela
consciência alheia?
A “forma de como você reagirá a este
oferecimento” determinará a melhor saída para resolver a questão de se
posicionar de modo correto ante ao oferecimento de algo que desagrade a Deus ou
que venha a ser contrária a razão de nossa fé.
O cristão
não precisa dizer: “CRENTE NÃO PODE COMER OU BEBER ISTO...” ou “A MINHA
RELIGIÃO NÃO PERMITE!” Mas, com sabedoria ele pode declinar o oferecimento
dizendo gentilmente: “MUITO OBRIGADO! MAS EU PREFIRO COMER ou BEBER AQUILO...”
ou “AGORA EU ESTOU MAIS DISPOSTO A COMER ou BEBER AQUILO OUTRO”. Se o anfitrião
é uma pessoa elegante; ele certamente irá respeitar teu paladar!
Todavia: Se as pessoas se portarem
inconvenientemente e de forma rude insistirem que você não come ou bebe aquilo
porque agora é crente. Então você, em
amor e com educação explicará que “não fazemos as coisas porque tais nos
são proibidas, mas nós tomamos a atitude de não fazermos determinadas coisas
por que”:
a)
Não queremos comer ou beber isto, ou seja, temos domínio próprio. A
liberdade no dá o direito de não praticar o que não queremos.
Não sou eu, porventura, livre? 1 Co.9.1
b)
Porque sabemos que estes elementos podem não fazem bem; assim, cuidamos
de nossa saúde e bem estar.
Amado, acima de
tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua
alma. 3 Jo.1.2
c)
Nós queremos ser exemplos e espelhos para nossa família e nossos filhos;
assim evitamos qualquer inoportuno.
9 Vede, porém, que esta vossa liberdade não
venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos... 13 E, por isso, se a comida serve de escândalo a
meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.
1 Co.8.9,13
d)
O cristão anela uma conduta moral elevada a fim de enobrecer
seu comportamento, por isso escolhemos nossos comportamentos.
Todas as coisas
me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu
não me deixarei dominar por nenhuma delas... Todas as coisas são lícitas, mas
nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. 1 Coríntios 6:12;
10:23
e)
O mais, importante: porque sabemos que tais atitudes podem desagradar
a Deus e em amor não queremos desapontá-lo.
APLICAÇÃO
EM RELAÇÃO ESPECÍFICA A BEBIDAS ALCOÓLICAS E DISCOTECAS
Nós como igreja temos postura fundamentada nos
critérios acima citados do porque não ingerimos bebidas alcoólicas. Embora,
sabemos que existem cristãos que assim o ingerem: (Cabe a nós dar o conselho
através do exemplo de Sansão em alegoria ao cidadão que gosta de andar na
margem de seus territórios e limites morais Jz.14.15.)
CONSELHO
E ENSINAMENTO BÍBLICO SOBRE INGESTÃO DE VINHO:
Sabemos e temos conhecimento que até o próprio
Senhor Jesus Cristo bebia vinho (há alguns que conjecturam o fato de tal vinho
não ter teor alcoólico, sobre o qual não existam evidências sustentáveis para
poder comprovar como tendo ou não). Contudo, igualmente temos conhecimento que
o Senhor Jesus Cristo se dominava quanto ao consumo do vinho.
“18 Pois veio João, que não comia nem bebia, e
dizem: Tem demônio! 19 Veio o Filho do
Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de
publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras.”
Mt.11.18,19.
“deram-lhe
a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber”.Mt.27.34.
Todavia,
nossa postura como conhecedores da Palavra está fundamentada no correto
testemunho a exemplo da possibilidade de mau exemplo dado por Noé (Gn.9.20,21)
que como cristãos devemos nos apresentar com decoro e exemplo, além do fato de
estarmos proibido por lei de dirigirmos depois.
“21 É bom não comer carne, nem beber vinho, nem
fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se ofender ou se enfraquecer.”
Rm.14.21.
“E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito,” Ef.5.18.
“29 Para quem são os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas?
Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem causa? E para quem, os olhos
vermelhos? 30 Para os que se demoram em
beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada. 31 Não olhes para o vinho, quando se mostra
vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. 32 Pois ao cabo morderá como a cobra e picará
como o basilisco. 33 Os teus olhos verão
coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades. 34 Serás como o que se deita no meio do mar e
como o que se deita no alto do mastro 35
e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o senti; quando
despertarei? Então, tornarei a beber.” Pv.23.29-35.
Respeitamos o posicionamento tomado
por cada igreja. Mas nós aplicamos o princípio dos Recabitas que está em
Jeremias capítulo 35 no entendimento que HÁ BENÇÃO DE DEUS NO RESPEITO À
AUTORIDADE DAS LIDERANÇAS, que mesmo com orientações humanas nos admoestam acerca
do consumo de vinho.
2 Vai à casa dos recabitas, fala com eles,
leva-os à Casa do SENHOR, a uma das câmaras, e dá-lhes vinho a beber... 6 Mas eles disseram: Não beberemos vinho,
porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou: Nunca jamais bebereis
vinho, nem vós nem vossos filhos;... 8
Obedecemos, pois, à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo
quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias,
nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas;... 18 À casa dos recabitas disse Jeremias: Assim
diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Pois que obedecestes ao mandamento
de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus preceitos, e tudo fizestes
segundo vos ordenou, 19 por isso, assim
diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe,
filho de Recabe, que esteja na minha presença.
O
CRISTÃO E SUA PRESENÇA EM MEIO ÀS MÚSICAS SECULARES E FESTIVIDADES QUE TERMINAM
EM REUNIÃO DANÇANTE:
É triste observar que há muitos cristãos que voluntariamente
escutam músicas seculares! Sabemos que existem momentos que não podemos evitar
como: estar num metrô, supermercados, etc. Mas, falo daqueles que tem álbuns e
CDs seculares em casa ou participam de reunião dançante e momentos de baladas nas
festas e isto com música mundana. Assim, descontrói tudo o que antes tentou
edificar pelo testemunho. Falarei a diante sobre o momento oportuno para sair
das festas.
PASSOS PARA SE TORNAR EFICIENTE TESTEMUNHA DE
JESUS EM FESTAS SOCIAIS
- Seja proativo em oração: Aproveite a oportunidade para orar por
cada pessoa que você sabe que estará naquela reunião antes de ir a uma
festividade. Peça a Deus uma oportunidade de com sabedoria expor a razão de
vossa fé.
1
Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações,
intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens... 3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso
Salvador, 1 Tm.2.1,3.
- Seja atencioso! Demonstre interesse e valor pelas pessoas,
elogie-os, seja otimista e encorajador para com eles; “dar atenção” para as
pessoas é algo muito elegante, além disso, no íntimo você sabe que estas
pessoas são preciosas para Deus.
A
vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como
deveis responder a cada um. Colossenses 4:6
- Seja cortês nas festas. A cortesia no trato e na forma de prestação
de serviço além de aumentar teu prestígio diante de outros convidados, também é
uma poderosa ferramenta de evangelismo. Nunca seja deselegante ou sem educação!
tal
como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos. Mateus 20:28
- Aproveite as oportunidades de forma sensata. Não seja ansioso, ou pedante, tampouco
insistente! As oportunidades vão surgir, até porque teus familiares sabem que
você mudou de fé e com certeza eles vão puxar este assunto; assim quando
falares, não pagará pelo ônus de ter começado o assunto; assim como eles
perguntaram, vão ter que de forma educada continuar a ouvi-lo.
antes,
santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, 1
Pe. 3.15
- Vestir-se
adequadamente a ocasião. Com decência, higiene e elegância, sem
aparentar-se como maltrapilho ou desleixado da festa.
- Saber à
hora de sair da festa. Penso que o cristão deva ter bom senso de participar
de uma festividade em um período agradável e salutar, evangelizar em momento
oportuno; mas chegar ao anfitrião e despedir-se com elegância dele e dos demais
quando tal ambiente começar a tornar-se inoportuno.
CONCLUSÃO.
Logo, com
esta mensagem orientamos cada cristão a ter maturidade
espiritual e saber se portar diante de nosso senhor Jesus Cristo, de seus
familiares, dos amigos e da sociedade. Bem como, através desta maturidade
expressar de forma inteligente toda sua paixão na evangelização e salvação das
almas estabelecendo um testemunho promissor e uma mensagem consistente na
proclamação do Evangelho.
(PARA INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
LEIA O SERMÃO: “COMPORTAMENTO CRISTÃO”)
APELO.
Quantos querem aceitar a Jesus? E quantos
querem ser testemunhas promissoras de Jesus nestas festividades?